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Estamos às portas de um novo certame estadual. Tudo meio sem graça. Houve época em que a disputa local tinha muito charme, qualidade não faltava e o futebol do interior formava grandes equipes. Cidades pequenas como Cambará, Jacarezinho e Monte Alegre – para exemplificar – conseguiam arregimentar jogadores de qualidade, mais tarde, integrando grandes equipes do país. Enfrentavam Coritiba, Atlético e Ferroviário em igualdade de condições. O Ferroviário chegou a perder um título para o Clube Atlético Monte Alegre e o Coritiba perdeu outro para o Operário, de Ponta Grossa. Mais tarde surgiram outros clubes: União Bandeirante – temidíssimo quando jogava na Vila Maria, seu estádio à beira do canavial da família Meneghel –, Grêmio Maringá, Londrina, Guarani, de Ponta Grossa. Grandes equipes formadas com pouco dinheiro e muito entusiasmo. Era um tempo em que nossos melhores jogadores ficavam no Brasil. O mercado europeu só importava craques de verdade, consagrados nos maiores clubes brasileiros: Dino Sani, Julio Botelho, Jair da Costa, Evaristo, Mazzola (Altafini para os italianos), entre outros. Um tempo que deixou muita saudade. O Coritiba de Fedato, Almir, Duílio, Renatinho, Miltinho; o Atlético inteiro de 1949, o verdadeiro Fura­­cão; o Ferroviário de Alceu Zauer, Tico, Afinho, Isauldo, Juarez.

Hoje para achar um craque com a qualidade dos citados (e ficaram muitos ausentes) é preciso usar uma potente lupa. Mero saudosismo? Não. Reconhecimento à qualidade de jogadores que misturavam técnica, amor, alma e uma exemplar dedicação.

Lembranças que o tempo não apaga. Recordações que ativam a memória e aguçam o bom gosto pelo talento de grandes artistas da bola.

E hoje?

Penso que não devemos nos contentar – simplesmente – com o que temos. Aumentar o grau de exigência pode despertar nos dirigentes mais apuro na seleção de jogadores. Exercitar a criatividade administrativa, aperfeiçoar a qualidade de dirigentes e retomar o tempo em que honestidade não era virtude, mas obrigação dos cidadãos de bem.

O Campeonato Paranaense que está pertinho do início não me remete ao mínimo rasgo de otimismo. Tudo começa pelo ridículo formato de disputa, inventado pela Federação Paranaense de Futebol e aprovado pelos clubes sem nenhuma preocupação com a leitura, sequer, do regulamento. Um absurdo sem tamanho. O supermando é uma excrescência. Como é que vamos nos contentar com tamanha indigência?

O favorito

Novamente não é o mais qualificado. É apenas, neste momento, o menos ruim e atende pelo no­­me histórico de Clube Atlético Paranaense.

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