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Mesmo com a vitória apertada de ontem, o Atléti­co continua na zona do rebaixamento, com a cabeça posta na guilhotina. Para consolar a brava torcida, é bom lembrar que a situação já esteve pior. Acreditar é preciso e não dá para perder a esperança enquanto existir um mínimo de oxigênio para respirar.

Não há certeza de permanência na Série A, problema que não aflige apenas o Rubro-Negro paranaense. A situação é torturante também para o Cruzeiro, Ceará, o outro Atlé­­tico, dirigido pelo Cuca, e mais ainda para o Avaí e outro mineiro, o Amé­­rica. Esta incerteza vai até o final do campeonato. É lutar para não morrer. Ontem os jogadores firmaram um pacto para dar uma resposta no campo à maldade plantada pelo ex-presidente Petraglia, com a clara intenção de fazer intriga e jogar uns contra os outros no Atlético.

Quem ama o Atlético não procede de forma tão traiçoeira. Para as ambições eleitorais do ex-presidente, quanto pior, melhor. Não há ou­­tra explicação para gesto tão grosseiro embutindo informações erradas ou mal explicadas. Este é um contraste político da vida atleticana deste ano tão difícil. Não é concebível misturar interesse eleitoral com a sobrevivência do clube na Série A. Um desserviço rasteiro.

Outro contraste

Os investimentos no Estádio Joa­­quim Américo para a Copa do Mun­­do revelam um descompasso gritante na relação custo/benefício. Os entendidos em matemática di­­zem que cada um dos jogos da fase de grupos custará R$ 60 milhões, considerando que feitas as contas atualizadas, ao menos, R$ 240 mi­­lhões serão gastos para deixar o estádio de acordo com o que quer a Fifa. A entidade maior do futebol mundial argumenta com simplicidade: "Quem pediu a Copa foi Curitiba, no embalo do entusiasmo de alguns brasileiros colocados em postos de comando no governo e no futebol do país". Em outras palavras: "Pediram, agora não adianta reclamar. A Fifa não ofereceu o evento ao Brasil, foi solicitada com insistência".

Posição do presidente

Marcos Malucelli nunca demonstrou entusiasmo pela Copa no Brasil e particularmente com jogos no estádio do Atlético. Foi afirmativo quando declarou, muitas vezes, não querer pôr em risco o patrimônio rubro-negro. Para complicar mais o quadro de dificuldades, Curi­­tiba foi colocada no nível de Manaus e Cuiabá, cidades sem um só clube de expressão nacional. As três cidades ficam sem a Copa das Confedera­­ções e modestos jogos da fase de grupos. Quem diz que Curitiba não esperava abrigar jogos da Copa das Confederações está mentindo descaradamente, para enganar o povo.

Não me surpreenderei se houver uma revisão na posição de alas do Atlético e dos poderes públicos, estadual e municipal, que precisam pensar com cautela e responsabilidade antes de praticarem ilegalidades.

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