Não foi surpresa. O ministro do esporte do governo Lula disse nas últimas horas que lamenta que o poder público de São Paulo, governo do estado e prefeitura municipal, não tenha ainda decidido colocar dinheiro nas obras do estádio que vai sediar a Copa em São Paulo.
O Morumbi, disse o ministro, foi vetado por razões políticas. Não explicitou que razões são essas. E também não se movimentou para eliminar divergências políticas para logo definir o estádio para o Mundial. Para Orlando Silva é mais fácil condenar o governador dos paulistas e o prefeito dos paulistanos por terem decidido não colocar dinheiro público em evento da bilionária Fifa em 2014.
Disse na abertura que não se trata de surpresa. E estou certo do que penso. O país está vivendo uma onda lastimável de atos de corrupção. Claramente aos olhos da nação. Ninguém no governo fez alguma coisa para condenar tamanha imoralidade. Tudo continua acontecendo sob a complacência do governo da União.
Os paulistas administram os interesses do povo de maneira diferente. De forma reiterada, o governador e o prefeito dizem que dinheiro público não será usado para a Copa, nem mesmo para privilegiar São Paulo e satisfazer o ego dos governantes com a abertura do grande evento.
O desprezo do ministro do esporte pelo dinheiro público é uma demonstração de que o que importa para o governo não é o mais importante para o país. Vale a vaidade dos "narcisistas" que ocupam cargos governamentais sem avaliar o que é bom e necessário para a população do país.
Em Curitiba coube ao poder público dar a solução para a conclusão do Joaquim Américo. Potencial construtivo é título público. Isenção de impostos estaduais é a renúncia de dinheiro que poderia ser usado para obras de interesse geral. Esses assuntos ainda poderão ser objeto de ações judiciais segundo o advogado Ivan Gubert. Opinião semelhante ouvi recentemente do advogado especializado em direito administrativo Romeu Bacellar, autoridade nacional na advocacia administrativista.
É merecido dizer que o Atlético não sugeriu nada aos governantes da capital e do estado do Paraná. Aceitou a oferta, mesmo correndo riscos de uma decisão judicial.
Post scriptum
Uma senhora de 72 anos, pensionista do governo do Paraná, escreve ao colunista dizendo que espera há mais de uma década pelo pagamento de precatórios. O precatório é um título público depois do trânsito em julgado de ação judicial para reclamar pagamentos de direito líquido e certo em consequência de relação funcional. No caso, precatório de natureza alimentar. Nem assim o governo honra os compromissos. Mesmo assim, abre mão do ICMS [para a Copa]. Aquela senhora não existe para a administração pública. Triste.
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