O futebol e o estado do Paraná devem um pedaço de sua história ao Coritiba Foot Ball Club. Em 1853, deixamos de ser a Quinta Comarca de São Paulo e assumimos a condição de unidade federada do país. Logo, são 156 anos de independência dos paranaenses. A história do Coritiba tem 100 anos. Foi o primeiro clube a se incorporar na história do Paraná.
Nesses anos, ganhou torcedores, títulos, projeção estadual, nacional e internacional. Em muitos momentos colocou os paranaenses na vitrine da fama. Campeão brasileiro, vencedor do Torneio do Povo, participou da Libertadores, abriu o caminho do mundo do futebol internacional percorrendo países da Europa, Ásia e África, construiu o maior estádio do Paraná e projetou jogadores aqui revelados.
Tudo somado representa uma dívida moral do estado em que vivemos. Hoje, pela incúria de dirigentes e a mais absoluta irresponsabilidade de delinquentes que frequentaram o Alto da Glória para saciar a criminosa índole de que são possuídos, o Coritiba precisa, sim, da colaboração de todos, mesmo os não coritibanos. O futebol sem o Coritiba fica mais fraco, vale dizer, a capital sem jogos do Alviverde ficará menos empolgante.
O que seria do Atlético, do extinto e forte Ferroviário, sem a rivalidade do adversário sempre temido? É esta rivalidade que impulsionou o crescimento de todos. Não se trata de dar esmolas ao Coritiba, mas, revitalizar nosso principal esporte.
Em 1967, o Atlético foi rebaixado no Campeonato Paranaense. O rebaixamento só não se consumou porque Hipólito Arzua (Ferroviário) e Evangelino Neves (Coritiba) não permitiram, ao liderarem um movimento para mudança do regulamento do campeonato. Há pouco tempo, Mário Petraglia foi flagrado pela TV Globo conversando sobre arbitragem com o diretor do setor da CBF e se comprometendo a despachar dinheiro para a campanha eleitoral de Ivens Mendes a deputado federal. Petraglia foi banido do futebol e o Atlético punido severamente pela péssima ação do seu presidente.
Houve uma movimentação geral para reverter as punições. Políticos e desportistas de todos os clubes, torcedores e pessoas da sociedade se mobilizaram para conseguir a necessária anistia. Os jornalistas mais tarde tão drasticamente perseguidos por Petraglia repercutiram nacionalmente a reparação das punições.
O mesmo devemos fazer pelo Coritiba. Não prego a absolvição plena, porque sei que o clube é cúmplice dos lamentáveis atos de vandalismo, ao adotar a Torcida Organizada Império como parceira. Inclusive, sendo financeiramente subsidiada pela administração Cirino e ocupando espaço físico dentro do Estádio Couto Pereira.
A punição implacável imposta pelo STJD é a decretação do estado de miserabilidade ao Alviverde. E um castigo massacrante à história e aos milhares e milhares de torcedores, órfãos da emoção de assistir ao seu time do coração em Curitiba.
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