Nunca escondi dos leitores que sou contrário, por razões de natureza social, à realização da Copa de 2014 no Brasil. Também jamais omiti minha posição definitiva de ser desfavorável à aplicação de dinheiro público em edificações particulares.
Entendam, com clareza indesmentível, aplicação de recursos financeiros da prefeitura de Curitiba e do governo do Estado no Estádio Joaquim Américo. Dinheiro dos contribuintes da mais variada natureza. Desapropriação de imóveis particulares para incorporar ao patrimônio do Atlético e potencial construtivo para ampliar o estádio.
Uma ilegalidade escancarada, segundo já constatou o Tribunal de Contas do Paraná. No dia 6 de junho deste ano, a empresa CAP S/A, que é responsável pelas obras, recebeu R$ 30 milhões do montante total de R$ 90 mi, no máximo, do valor construtivo. A liberação deveria ser de forma gradativa, mas um terço foi liberado apressadamente. O potencial construtivo corresponderá a 60 mil cotas, sendo o valor de cada cota de R$ 500.
Agora tramita na Câmara Municipal o Projeto de Lei Ordinária, de responsabilidade da prefeitura, aumentando a quantidade de potencial construtivo, que passa para 246.134 cotas.
Consequência: os R$ 90 milhões iniciais passam para R$ 123 milhões, mais a atualização do Custo Unitário Básico de Construção.
A proposição é assinada pelo prefeito Luciano Ducci. A pressão sobre os vereadores é grande pela aprovação. O vereador do PT, Pedro Paulo, pediu vista do processo. Lidar com dinheiro público pressupõe o estrito cumprimento do dever legal.
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