A Câmara dos Deputados volta a mexer com o fu­­tebol. E outra vez o as­­sunto escolhido é o presidente da CBF. Ricardo Teixeira está na mira de vários setores da sociedade brasileira. Dirige uma entidade que tem muito dinheiro e a fiscalização exercida por clubes e federações é inexpressiva. A troca de favores é interminável. Os cofres da entidade sempre estão abertos para favorecimento duvidoso aos pedintes de plantão.

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Não há transparência nas contas da CBF. As eleições da entidade são marcadas por informações de negociatas para garantir a reeleição do atual presidente. No recente embate eleitoral do Clu­­be dos 13 a preferência do "canastrão" recaiu sobre o candidato que foi derrotado. Ricardo Tei­­xeira perdeu junto. Nem deveria se meter na eleição. O C13 é uma entidade autônoma sem vínculo com a CBF.

Com a Copa do Mundo se aproximando e o dinheiro começando a correr pelos caminhos mais tortuosos, Ricardo Teixeira – que não é bobo – já constituiu uma em­­presa entre a CBF e ele (pessoa física). E quem assina os cheques e movimenta o dinheiro é o dono do cofre.

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A delicadeza do assunto desperta a atenção dos deputados. Uns, por legítima preocupação com a boa aplicação dos recursos financeiros. Outros, sem dúvida, para tirar uma casquinha e no futuro receber benefícios revertidos em apoio eleitoral da milionária entidade dirigida pelo ex-genro do sr. João Havelange.

Uma CPI está sendo proposta pelo deputado Garotinho, de quem não tenho boa impressão por tantas trombadas que já deu com a ética política e administrativa. Mas, para Teixeira tudo assusta. E ele já desembarcou há dias em Brasília para fazer lobby contra a Comissão Parlamentar de Inquérito. Besteira.

Quem pauta sua vida com dignidade e correção não precisa ter medo de investigação. Não parece ser o caso do presidente da CBF, matreiro como ele só. Em rabo que não tem palha o fo­­go não alcança.

Ponto para Alvaro

Duas importantes iniciativas legislativas de autoria do senador paranaense Alvaro Dias foram transformadas em Lei. As emissoras de rádio do país nada pagarão pelas transmissões dos mais diversos eventos, inclusive o futebol. Os jornalistas esportivos filiados à Associação Brasileira da categoria terão ingresso livre e acomodação adequada nos estádios em todo território nacional.

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Alvaro acertou em cheio e certamente inspirou-se nas decisões do Judiciário do Paraná que im­­pediu que o Atlético de Pe­­traglia co­­brasse da rádio Tran­­samérica para transmitir jogos do Estádio Joa­­quim Américo e proibisse o acesso deste colunista e de outros companheiros na Arena, tudo por birra pessoal. Gol de Álvaro Dias.