Fazer o mais importante clássico local do futebol contemporâneo no Ecoestádio é uma grande falta de respeito aos torcedores. Já disse e repito: Joel Malucelli fez um estádio decente, pequeno, bem cuidado, para atender às necessidades de um clube nascente para as duas famílias que se uniram para criar o Malutrom (os Malucelli e os Trombini). Jamais Joel pensou em acomodar ali um clássico das dimensões do Atletiba.
Por falta de humildade para pedir emprestado ou alugado o Couto Pereira ou o Durival Britto, o Atlético, que ficou sem a Arena, foi obrigado a se acomodar precariamente, depois de uma experiência em Ponta Grossa. Ontem, o público já foi menor. Contra o Roma, estiveram presentes perto de 4 mil pessoas, muitas das quais, assustadas com a morte por atropelamento de um jovem universitário na BR-277, não se arriscaram e ficaram em casa.
O clássico só pode ser feito no estádio que respeita o meio ambiente se agasalhar, apenas, a torcida do Atlético, com 4 mil lugares disponíveis. Jogo para rubro-negros. Como retaliação, justa, o Coritiba só aceita o Atletiba do segundo turno com o Couto Pereira recebendo milhares de torcedores do clube do Alto da Glória. Jogos, os dois, de uma torcida só. Ambiente sem graça, como uma bela salada sem temperos.
Nesta questão, os dirigentes do Atlético têm sido omissos e ao mesmo tempo relapsos, sem influência do Conselho Deliberativo e de outras figuras da administração.
Quem tem vez e voz continua sendo Petraglia, com o seu jeitão de dono do mundo. O problema é do Atlético, aparentemente. Os torcedores são a razão da existência do futebol. Sem eles, é o mesmo que uma biblioteca sem livros, ou, uma casa sem janelas. Para complicar, a Federação Paranaense de Futebol meteu o bico em situação estranha à sua competência e acaba de tomar mais uma lição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O mandado de garantia impetrado pelo Coritiba e que resultou em liminar contra a intromissão indevida da FPF foi também acolhido no Rio e só resta o pleno decidir de forma terminativa.
Quanto mais tempo passar, a situação ficará pior. O que fazer?
Não sou profeta, emito opinião. Quem sabe se o Atlético recobrar o bom senso uma solução seja encontrada. Sem nariz empinado, arrogância e prepotência. A humildade é uma boa conselheira.
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