O estádio que a Federação Paranaense de Futebol pretendeu fazer para 126 mil torcedores é fonte de absoluta falta de compostura de dirigentes. Uma vergonhosa demonstração de total desamor à honestidade. Dever de qualquer cidadão decente, cumprir compromissos assumidos em nome de uma entidade é o mínimo que podemos esperar.
O Pinheirão foi um sonho mal sonhado pelo ex-presidente José Milani. Embalado pela orgia de gastos com a construção de grandes estádios sob o regime militar, Milani imaginou fazer um estádio para a cidade de Curitiba. Primeiro esqueceu de encomendar um projeto arquitetônico o que só fez depois da pressão movida pelo bom senso de jornalistas influentes.
Todos temos o direito de sonhar. Só não é possível transformar o imaginário em pesadelo e prova cabal de irresponsabilidade. A síntese do Pinheirão é essa. Falta de vergonha na cara e deboche escancarado. Uma parte do terreno que seria local de um estádio foi doada pela prefeitura municipal de Curitiba. Toda lei que permite doação é condicionada por requisitos, sob pena de anulação do ato doador. Omissa, há muitos anos, a prefeitura ignora a lei, cruza os braços e deixa que a ilegalidade se perpetue.
Os malfeitores da Federação Paranaense de Futebol, incapazes de resolver os intrincados problemas, contornam a situação com proteção política e calotes sucessivos. Para os leitores não esquecerem, lembro que o arcaico e inacabado estádio está interditado por decisão judicial. Abandonado, acumula dívidas com a prefeitura (IPTU), com o Instituto Nacional de Seguridade Socia l(INSS), compradores de cadeiras, Atlético Paranaense e, provavelmente, fornecedores, menos para quem vendeu aço e ferro para as obras mais recentes. A empresa vendedora pertencia ao desastrado ex-presidente da FPF.
Ontem a sede da entidade que comanda o futebol do Paraná foi arrematada em leilão público. Com certeza o leilão será objeto de recurso judicial, sob diferentes argumentos com pontos obscuros e suscetíveis de desconfiança.
Para acabar com essa sujeira sugiro que a prefeitura aja, exerça sua autoridade e recupere na justiça o pedaço de terreno que doou para a construção do estádio que se transformou em mausoléu. Ali estão sepultadas as esperanças de José Milani e a falta de vergonha de Onaireves Moura. O atual presidente tem vocação para ser corretor imobiliário, fadado ao fracasso, pela ausência de interessados diante dos fantasmas escondidos no lixão do Tarumã.
Coritiba em Belém
Jogando protegido pela goleada de 4 a 1 aqui o Coritiba enfrenta nesta noite o Paysandu na capital do Pará. O adversário é voluntarioso. Os coritibanos são superiores tecnicamente e favoritos para a permanência na Copa do Brasil.