Para recriar a esperança, precisamos reproduzir a coragem de Ayrton Senna e não entregar nossa autoestima aos exterminadores da pouca esperança
Virou o ano, estamos na primeira quinzena de janeiro e 2013 ensaia os primeiros passos. Diante de todos, muitas incertezas, dúvidas e decepções. Até quando, nos perguntamos, apalpando o presente para tentar vislumbrar um futuro mais seguro, com menos violência, corrupção, guerras e problemas de todas as naturezas sociais. Queremos mais seriedade e menos medo de sair às ruas, de carro ou a pé. Fazer valer nossos direitos e enfrentar os que debocham do povo com gestos e atitudes que conflitam com a seriedade. Recriar a esperança, eis a nossa necessidade.
Ontem, para consumir a tarde sem futebol me entreguei ao prazer de assistir ao filme que me foi presenteado pelo neto Luiz Gustavo. Uma ótima produção sobre o fantástico Ayrton Senna. Uma lição de vida para os brasileiros desesperançados. Senna nas pistas e nos bastidores da Fórmula 1. Sem medo enfrentou a arrogância de dirigentes que tentaram apagar o brilho do brasileiro para proteger o compatriota Prost. Senna lutou contra a influência política dos franceses e os elevados montantes financeiros dos patrocinadores. Determinado, reagiu quando deveria fazê-lo, mostrando garra e autoestima. Um brasileiro que projetou o país e com orgulho fez tremular em diferentes autódromos do mundo o pavilhão pátrio. A insurgência de Senna fez o Brasil ser ouvido e respeitado na Fórmula 1.
Um exemplo para todos, sem exceção. Os vendilhões da pátria e omissos deveriam assistir, como lição obrigatória, ao filme que vale uma bela história. Ayrton Senna foi grande e consagrado porque movido pela esperança venceu obstáculos e, absolutamente só, enfrentou o poder político e a força do dinheiro.
Só se entregou quando bateu o carro na pista de Imola, por cruel falha mecânica. É um documentário para mexer com o coração, com o caráter e com o amor próprio dos nossos irmãos. Neste começo de 2013, para recriar a esperança, precisamos reproduzir a coragem de Ayrton Senna e não entregar nossa autoestima aos exterminadores da pouca esperança que resta. Mais uma vez, obrigado, Ayrton Senna. Quem conhece a sua vida sabe como mover a esperança e vencer desafios.
POST SCRIPTUM
Há dois anos milhares de brasileiros morreram ou foram desalojados de suas casas no Rio de Janeiro pela força das águas e do desmoronar da terra de encostas em cidades de risco previsível.
Os políticos, aqueles que não honram seus compromissos, prometeram novas casas em lugares seguros. Nada aconteceu. Quem perdeu a vida tem o seu nome gravado em placa de bronze, o mesmo metal que serve para promover os que enganam o povo com obras sem importância social.
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