A festa de recepção dos torcedores do Fla­­men­­go ao craque Ro­­nal­­dinho Gaúcho anima o futebol brasileiro em momento de baixa. O argentino Messi é o melhor do mundo, seu compatriota D’Alessandro é considerado o melhor da América do Sul e o mais destacado do último Campeonato Brasileiro é Conca, outro argentino. Perdemos o último Mundial de forma decepcionante. Nossos estádios estão cada vez mais vazios e os nossos clubes – com poucas exceções – são dirigidos negativamente.

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Repatriar Ronaldinho Gaú­­cho é um ato de grandeza do Flamengo. Clube de maior torcida do Brasil, tem sido infeliz e deixou de ser a grande atração de tempos remotos, capaz de mobilizar multidões em todos os estados do país.

A modesta Gávea ficou abarrotada no finzinho da tarde de ontem. A multidão chegou ao delírio para saudar aquele que já foi o melhor do mundo e cujo futebol entrou em depressão. O clima de emoção foi criado a partir das dúvidas e incertezas que cercaram a contratação de Ronaldinho.

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Que clube ganharia o leilão? Grêmio, Flamengo, Palmeiras, Corinthians? Cada um fez suas apostas. Alguns blefaram, na esperança de criar um clima de otimismo. Quem ganhou a parada foi uma mulher que soube conduzir as negociações e se mostrar uma líder indiscutível do Flamengo.

Ser líder do clube que tem a maior torcida do Brasil é assunto para gente corajosa. Patrícia foi nadadora do Flamengo e concorreu à presidência por dedicação ao clube que aprendeu a amar. Emocionada, mal conseguiu falar para a multidão que se comprimiu na Gávea. Emoção sincera de uma guerreira que tem dado demonstrações de firmeza na direção do Flamengo. Agiu com energia no triste episódio do goleiro Bruno e não se desesperou quando o clube que preside esteve perto do rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

As mulheres são mais sensíveis do que os homens e ganham maior importância no contexto da vida brasileira. O caso da presidente Dilma é um exemplo disso. E agora o futebol pode animar outras mulheres e levá-las à luta em bus­­ca de novos espaços também no esporte.

O futebol do Rio começa um processo de recuperação. Ganhou o título brasileiro com o Fluminense, contratou o melhor treinador do país e revelou um argentino como o mais importante futebolista do Brasil no ano passado.

O retorno de Ronaldinho e a espetaculosa festa para recebê-lo são motivos que alimentam novas esperanças de ressurreição qualitativa do futebol do Brasil.

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Outra vez, depois de tantas angústias, os adolescentes podem voltar aos estádios e brincar de jogar futebol, aban­­donando as drogas e a indisposição para trabalhar com o coração em paz.