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| Foto: Arquivo/João Bruschz
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O que acontecia na época

Em tempos de MP3, Ipods, Bluetooth etc, pode parecer loucura para a molecada ligada em alta tecnologia. Não era. Existia mesmo uma parada chamada "toca-fita de gaveta" (foto). Consistia, basicamente, num toca-fita normal (na época parecia normal, pelo menos) que era estrategicamente instalado dentro do porta-luvas do carro, a fim de ludibriar a bandidagem. A malandragem, no entanto, sacou rapidamente a jogada e, a partir daí, os usuários passaram a carregar aquele trambolho, nada portátil, sempre que deixavam a nave na rua.

Coritiba e Arapongas fizeram ontem à tarde a partida abre-alas do carnaval da bola no Paranaense – um oferecimento da Federação Paranaense de Futebol e suas tabelas e regulamentos deslumbrantes, pra usar um termo adequado ao momento. Uma chance para relembrar outro duelo entre as duas equipes, realizado há mais de duas décadas atrás.

Naquela época o Estadual era disputado ao longo do ano. Em 1991, especificamente, o certame durou de 24 de fevereiro até 7 de dezembro! E com 24 equipes participantes! Levantar o caneco ao término de uma jornada dessas, sem dúvida alguma, era um feito épico, alcançado pelo Paraná na oportunidade.

Quando os alviverdes se encontraram, no entanto, nada estava definido. Os donos da casa vinham de um empate sem gols com o Cascavel, enquanto os visitantes haviam perdido por 1 a 0 para o Apucarana. Era um sábado de agosto, frio brabo – ainda tinha inverno em Curitiba.

O Coxa dispunha de vários jogadores que marcaram época no Couto Pereira. Como o vigoroso zagueiro Jorjão, aquele que foi escalado como centroavante por Paulo César Carpegianni num Atletiba em 1995. Seu companheiro na defensiva era o campeão brasileiro Heraldo.

No meio, os destaques eram Nardela – que até onde se sabe não tem nada a ver com a Marbella Cup – e Pedrinho Maradona, ex-Atlético e Paraná. No ataque, os clássicos Chicão e Pachequinho. O treinador era Sérgio Ramirez, o uruguaio que pôs Rivelino pra correr.

O Arapongão, por sua vez, se não contava com jogadores famosos, mandou a campo um trio explosivo em sua meia-cancha: Colucha, Barrinha e Vanca. Na arbitragem, um trio que certamente você já homenageou: José Carlos Marcondes, Amoreti Carlos da Cruz e Odimir Stolle.

Bola pererecando no gramado do Major e não demorou muito para ter mexe-mexe no placar, para a alegria dos quase 4 mil torcedores que compareceram ao cotejo. Nardela fugiu pela direita e tocou para Chicão, sempre oportunista, arrematar de primeira: 1 a 0.

Para a segunda etapa, o clube do interior bem que tentou igualar o marcador, mas sabe como é, nem tudo na vida basta querer. E aí, quem teve a manha mesmo foi o Coxa, novamente com Chicão. Aos 13 minutos, Pachequinho sassaricou pela esquerda e foi derrubado pelo zagueiro Prego. O camisa 9 cobrou e aumentou a vantagem.

Era o suficiente, mas teve mais. Pra fechar a tarde, que não era de carnaval, Edgar aproveitou cruzamento de escanteio para, de cabeça, meter o terceiro.

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