Paraná e Coritiba realizam o clássico deste final de semana. Na Vila Capanema, no Durival Britto e Silva, ou na primeira praça esportiva do estado a sediar uma Copa do Mundo, você que escolhe, a briga é pra tomar a dianteira do Estadual rumo ao título do primeiro turno.
Há 15 anos, precisamente no dia 2 de março de 1997, coxas e paranistas vivenciavam cenário semelhante a diferença era o Atlético na espreita, também almejando a ponta. Ao término do confronto, no Pinheirão, o Tricolor levou a melhor num encontro que teve jeitão de luta de boxe. E das boas.
Até os cinco minutos da etapa final, Paraná e Coritiba na época apelidado de Co-Pa, e não Paratiba, muito melhor trocaram jabs, cruzados e ganchos como se não houvesse amanhã. Sem defesa, sem esquiva, lembrando os épicos duelos de Rocky Balboa, aqueles em que o Garanhão Italiano agride sem dó a luva do adversário com o próprio rosto.
A representação tricolor encaixou o primeiro golpe, logo no comecinho. Ricardinho arrematou e o goleiro Anselmo, aquele mesmo, "almofadado" por natureza, aceitou. O contragolpe não tardou e veio com Alex, o Menino de Ouro, hoje não mais menino, mas ainda de alto quilate: 1 a 1.
Aos 26, entretanto, nova investida paranista, com Reginaldo: 2 a 1. O Coritiba absorveu bem e, novamente, contra-atacou, agora com Brandão: 2 a 2. Nas bancadas do Tarumã, os mais de 14 mil torcedores presentes deliravam com o balança mas não cai da partida.
Fim de primeiro tempo, os tricolores foram ouvir as apreciações do experiente Rubens Minelli, enquanto os coxas-brancas, do craque histórico e eterno interino Dirceu Krüger.
Na volta dos camarins, no entanto, o pega continuou franco. Logo aos 4 minutos de bola rolando, Reginaldo, um volante que conhecia os atalhos do campo, pôs o Paraná na frente. Mal deu para comemorar, pois Alex, outra vez, igualou o marcador, em passe de calcanhar de Basílio, aquele que foi perdendo os cabelos com o passar do tempo, tamanha era a velocidade que desenvolvia.
Até que, aos 19 minutos, uma das equipes foi parar, enfim, nas cordas. Ageu cobrou falta com extrema violência e estufou o barbante de Anselmo com um chute justo. O árbitro abriu contagem, mas o Coxa se refez e lutou. Recuperação impossível 10 minutos depois, quando Osmar, lançado por Mazinho Loyola anotou 5 a 3, placar final.
O que acontecia na época
Em 1997 os prédios do World Trade Center estavam de pé, Saddam Hussein era vivo, não existia Orkut, Facebook, Twitter, nada das chamadas "redes sociais", celular era apenas um telefone portátil, o Brasil era tetracampeão do mundo e três dos quatro Beatles estavam vivos. Se era melhor ou pior que hoje, não faço a menor ideia.