Coritiba e Portuguesa se enfrentaram ontem à noite, pela 33.ª rodada do Brasileiro. Lá no Canindé, onde, dizem, tem um trator enterrado no meio do gramado. Não acredito, mas não duvido. Inquestionável é o bolinho de bacalhau do estádio, simplesmente imbatível.
Há quase 13 anos, o compromisso estava marcado para o Couto Pereira, sábado à tarde. Você sabe que sábado não é dia de ir a jogo de futebol, a não ser que tenha sido agendado um para o dia, como foi o caso. Assim sendo, todos os caminhos levavam para o Alto da Glória.
O Brasileiro do ano 2000 atendia pelo nome de Copa João Havelange. Uma trama intricada de fases, cruzamentos, 1 milhão de clubes, tudo porque alguém resolveu "rejuvenescer" o RG do Sandro Hiroshi, do São Paulo.
O Coxa era comandado por Ivo Wortmann. Hoje, a impressão que se tem é que o gaúcho dirigiu o clube do globo simbólico de 2000 até 2009, a sua última passagem. Na verdade foram apenas três oportunidades.
Em campo, Gilberto era o goleiro e Alan e Luís Carlos formavam uma dupla de zaga firme. Na meia-cancha, Leandro Tavares tinha um chute venenoso e João Santos, o Mestre João, desde 98 no clube, era o lastro de experiência.
Por fim, no ataque, o destaque era Da Silva. O camisa 9 chamava atenção não apenas pela boa presença na área, mas também por se chamar Cleonésio e pela cabeça descomunal um trunfo, obviamente, para realizar o cabeceio. Naquela tarde, entretanto, o jogador foi mortal por baixo.
Antes, a Lusa saiu na frente com Vinícius. O zagueiro soltou um torpedo da intermediária, em cobrança de falta, que o goleiro Gilberto saltou apenas para não ficar feio. O time do técnico Lula Pereira se animou todo com a abertura do marcador.
E quando o pessoal já dava como encerrado o primeiro tempo, Da Silva apareceu. Cruzamento na área, o goleiro Roger Noronha, aquele, rebateu e a bola sobrou à feição para o alviverde exibir o faro de matador: 1 a 1.
Para a etapa final, Ivo Wortmann pôs o zagueiro Gélson Baresi no lugar do atacante Vítor. Uma forma, no mínimo, curiosa para levar o Verdão ao ataque. O fato é que funcionou. Quinze minutos, outro centro na área e Gélson Baresi meteu de cocuruto para dentro: 2 a 1.
Já estava bom, mas gol nunca é demais. Jogados 46 e Da Silva provou mais uma vez porque era o artilheiro dos minutos finais, pelo menos no encontro em questão. O atleta invadiu a área pela direita e chutou cruzado, na saída do goleiro: 3 a 1.