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Ao centro, Capitão, do Cascavel, isolando bola do ataque coxa-branca que tinha Marco Aurélio e Lela | Arquivo/ Gazeta do Povo
Ao centro, Capitão, do Cascavel, isolando bola do ataque coxa-branca que tinha Marco Aurélio e Lela| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Olhe com atenção a imagem nesta página. Você verá Capitão (aquele, Oleúde José Ribeiro, que quase uma década depois brilharia na Portuguesa), num movimento que não deixaria em nada a dever ao Bolshoi, vestindo a camisa do Cascavel. À esquerda dele, Marco Aurélio, que viria a ser técnico, e na direita, caído, Lela, o Careta.

Agora esqueçam esse arremedo de prosa poética, pois o que se viu no Couto Pereira naquele fim de tarde e começo da noite do dia 8 de março de 1987, em um empate por 1 a 1, passou longe do balé que a imagem imortalizou no baú de fotos antigas desta Gazeta do Povo.

Coritiba e Cascavel faziam campanhas medianas naquele Estadual, mesmo depois chegando ao hexagonal final. O Alviverde encerrava o ciclo de alguns campeões brasileiros, como os próprios Lela e Marco Aurélio. Ao mesmo tempo, alguns nomes da geração do fim dos anos 80 e começo dos 90 já apareciam, como Hélcio e Edson Borges, todos sob o comando do eterno ídolo Dirceu Krüger.

Nivaldo Carneiro – ídolo do Atlético – estreava naquele jogo em sua curta e desventurosa passagem pelo Alto da Glória. A Serpente, treinada por Walmir Louruz, além do glorioso Oleúde, (que recebeu seu nome de batismo futebolístico como homenagem à cidade de Capitão Leônidas Marques), tinha Hélio Ninho em uma atuação apagada.

Pouco mais de 5 mil torcedores do Coxa viram um duelo que parecia um tiroteio do RoboCop, com direito a Krüger sair reclamando da arbitragem de Dirceu Oscar de Matos, que pouco teria coibido as botinadas. O primeiro dos quatro amarelos de um primeiro tempo brigado foi para o bailarino kickboxer da imagem, Capitão.

Já sob apupos, o Coxa abriu o placar com Lela, fazendo a careta já passada via DNA para os filhos Alecsandro e Richarlyson, enquanto os cascavelenses tretavam com o bandeira.

O Alviverde apertava, mas não contava com um contra-ataque aparentemente despretensioso, mas venenoso, da Cobra: cruzamento de Jorge e Suca fazendo contra a própria rede, defendida pelo ícone Rafael Cammarota, pertencente à raça extinta dos goleiros de bigode.

O que acontecia na época...

O carnaval de 1987 havia acabado de passar e Curiti­­ba se preparava para receber a Xuxa no então moderno Ginásio do Tarumã, com a turnê de seu álbum de estreia Xou da Xuxa. Enquanto isso, a Rua Manoel Ribas era duplicada perto do Barigüi e, em Brasília, a Assembleia Constituinte seguia seus trabalhos após um generoso recesso. O boom da tecnologia musical doméstica era um possante aparelho de som 2 em 1, que permitia gravar as músicas direto do rádio, criando o costume de pedir para o radialista não soltar vinhetas durante a gravação daquele new wave invocado, inclusive do Sigue Sigue Sputnik (foto).

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