Capitão Hidalgo e Alfredo, dois ícones do Atletiba, confraternizam antes do clássico| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
Sicupira toca por cima de Jairo e marca 2 a 0
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Todo Atletiba é a mesma coisa. Há quem aponte a seleção da partida para a coluna parte integrante de um plano torpe visando desestabilizar o "preparo anímico" dos adeptos de um dos concorrentes – ora atleticanos, ora coritibanos. Nada a ver, claro.

Apesar disso, procuro deixar o scout equilibrado e, assim, não oferecer margem alguma para a ingerência das forças ocultas. Afinal, você sabe, no maior clássico do Paraná, não é o juiz quem apita.

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Desta vez, vamos de triunfo do Rubro-Negro. Um 2 a 0 bem pegado pelo Paranaense de 1974. Alguém pode argumentar: "mas pelo Estadual? Estamos em pleno Brasileiro!". Veja bem, nem sempre as coisas são como esperamos – nem tudo precisa fazer sentido.

Não bastasse, o confronto de outrora e o de hoje à tarde têm o mesmo endereço: Rua Engenheiro Rebouças, 1100, o Estádio Durival Britto, ou a Vila Capanema, ou ainda, se você preferir, a primeira praça esportiva sede de Copa do Mundo em Curitiba. Não é coincidência.

Domingo, 3 de novembro, todos os caminhos levavam ao Durival Britto. Naquela altura, o Coxa já despontava favoritíssimo ao tetracampeonato – o que viria acontecer. O Furacão, por sua vez, ainda buscava quebrar a hegemonia da turma do globo simbólico – algo que, como já se sabe, não seria possível.

Em campo, uma seleção de atletas clássicos das duas agremiações. Bem ajambrados em uniformes hoje considerados retrôs, na ocasião o último grito da moda esportiva, estavam Altevir, Alfredo, Didi Duarte e Sicupira de vermelho e preto; Jaime, Hermes, Nilo e Hidalgo de verde e branco. Entre outros.

Bola rolando e, logo aos 8 minutos, Sérgio Galocha, isso mesmo, Sérgio Galocha desferiu um balaço que ricocheteou em um coritibano e sobrou para Lourival. Este ludibriou Di e chutou no canto esquerdo de Jairo: 1 a 0 para o Atlético.

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O gol obrigou o Coritiba a partir para ao ataque, como se aquela fosse a última das batalhas. Até que, corridos 47 minutos, o golpe falta. Ladinho fez lançamento que no que vem completará 40 anos de história. A esfera viajou léguas de distância, encobriu Marçal e foi acolhida por Sicupira.

A piazada que hoje vê o tiozinho simpático e sarrista, comentarista da Banda B, pode até desconfiar. Mas Sicupira foi tão bom quanto esses craques da atualidade. E com uma vantagem: não tinha Instagram, Twitter e Facebook e ainda ostentava um bigode digno dos filmes de Sergio Leone.

Bola no pé do camisa 8 atleticano, Jairo abandona a meta e acaba encoberto com um leve toque: 2 a 0, placar final.