Lúcio Flávio abriu o placar para o Tricolor em 2000| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo
Márcio Nobre era outro dos destaques do Paraná
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Paraná e Joinville se enfrentaram ontem, a mais de 100 quilômetros de Curitiba. Além do apelidado JEC, Avaí, Chapecoense e Figueirense ainda brigam com o Tricolor pelas quatro vagas à elite do futebol brasileiro.

Parece uma reedição futebolística da Guerra do Contestado, lá entre 1912 e 1916, maior conflito entre os estados do Paraná e de Santa Catarina, atrás apenas da disputa por um palmo de areia em Bombinhas no verão.

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Quais as consequências da revivida rivalidade entre vizinhos saberemos daqui a pouco mais de um mês, ao término da 38.ª rodada. De certo que, há 13 anos, os paranistas trataram os catarinenses como fossem inimigos inofensivos.

Era o ano 2000 e o mundo não havia acabado – pelo menos não como se esperava. Estava em curso a Copa João Havelange, competição que corrobora para a tese anterior, uma espécie de "fim dos tempos" do Brasileiro. Até hoje ninguém entendeu exatamente todos aqueles cruzamentos.

O que interessa, mesmo, é que era uma quarta-feira e tinha jogo do Paraná na Vila Capanema, e aí todo o resto se torna uma questão menor. Um pãozinho com pernil de janta e uma cervejinha pra ficar pensando melhor e bola pererecando no Durival Britto.

Comandado por Geninho, o Tricolor tinha um time excelente. Não por acaso, foi pras cabeças, partindo do Módulo Amarelo e parando nas quartas de final do Módulo Verde, eliminado pelo Vasco, campeão daquele certame (não se preocupe se você não entendeu, é normal).

Destaques para o goleiro Marcos, hoje de volta à velha casa um tanto menos cabeludo, os zagueiros Hilton e o eterno Ageu, o implacável Hélcio, Márcio Nobre e Frédson, o Mr. Dynamite paranista. E, principalmente, para um rapaz franzino, 21 anos, camisa 10 daqueles de antigamente: Lúcio Flávio.

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Eis que, logo aos 19 minutos, o jogador que representa hoje a identidade paranista na equipe que luta pelo acesso recebeu pela direita. Deixou um, dois adversários na saudade e bateu cruzado com a canhota: 1 a 0.

Volta para o segundo tempo e o "time do Guga" – o que, naquela época, não era pouca coisa – conseguiu empatar aos 25 minutos, com Fabrício. Indicativo que de que seria dureza a partir daí? Que nada.

Logo em seguida, Reinaldo pôs o Tricolor na fre­­nte outra vez, encobrindo o goleiro Flávio. Aos 38, foi a vez de Hilton meter o cocuruto nela e abrir 3 a 1, para sossego geral, em escanteio cobrado por Lúcio Flávio. Até que, já aos 43, Marciano fechou o placar da reta do relógio chutando forte: 4 a 1.