| Foto: Arquivo/João Bruschz

O que acontecia na época

Era ano de Copa do Mundo, disputada na Itália. O Brasil embarcou sem inspirar qualquer esperança na rapaziada. O time era comandado por Sebastião Lazaroni, um técnico inexpressivo que até hoje ninguém sabe ao certo o porquê de ter assumido o cargo nem qual o significado daquele emaranhado tático que ele tentou, sem sucesso, implantar. Voltamos eliminados pela genialidade de Maradona, numa derrota por 1 a 0 para a Argentina.

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Atlético e Paraná entram em campo hoje para mais um clássico. Já são mais de 20 anos de rivalidade e ninguém encontrou ainda um apelido para o confronto – Atlepara não rola e Paratlético seria trágico. Recentemente, surgiu o simpático "Derby da Rebouças", referência à proximidade geográfica da dupla.

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Seja qual for a melhor denominação, você recorda a primeira vez em que rubro-negros e tricolores se estranharam? Era o dia 3 de junho de 1990, no Pinheirão – nunca é demais lembrar, estádio destacado na história do futebol brasileiro, onde o Zico torceu o problemático joelho esquerdo antes de embarcar para a Copa de 86.

A disputa se desenrolava pelo Estadual daquele ano, considerado uma das obras-primas da engenharia de regulamentos e tabelas. Uma infinidade de rodadas e turnos – há quem jure que nos rincões do estado alguns clubes até hoje se digladiam pelo certame.

O Atlético subiu o túnel liderado por Fiodermundo Marolla Júnior, um clássico da meta na Baixada, capaz de defesas milagrosas (mais) e falhas colossais (menos). Conjunto todo de branco, trajando um bem cortado uniforme da Adidas.

O Paraná, por sua vez, era grande representante da mulletmania da época, com Ednélson, Adoílson e Maurílio. Vestia sua camisa principal confeccionada pela grife joinvillense Campeã. E os dois escretes de calções e meias brancas.

Bastou a bola rolar no terreno baldio, digo, gramado do Pinheirão e o Rubro-Negro tomou a iniciativa, progredindo pela meia-cancha com Valdir, Márcio, Carlinhos Sabiá e Serginho. O Tricolor se aprumava pelos flancos, abusando de Maurílio e Sérgio Luis.

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Até que, corridos 43 minutos, Dirceu desviou de cabeça e Carlinhos estufou o barbante de Ademir Maria: 1 a 0, fim de primeiro tempo. Na volta do intervalo, o Paraná tratou de reagir. Maurílio foi derrubado na entrada da área, "foul" anotada por Luiz Fernando Homann. Heraldo detonou um torpedo e empatou: 1 a 1, logo aos 3 minutos.

Tudo levava a crer que ninguém venceria a première entre as duas agremiações. Mas não foi o que aconteceu. Desta vez, Carlinhos foi o coadjuvante para Dirceu protagonizar o gol que valeu o histórico triunfo atleticano, para 12 mil pessoas. Cruzamento na área e o atacante meteu o cocuruto na bola: 2 a 1. Mais tarde, o Furacão acabaria ficando com a taça daquele ano, em dois Atletibas trepidantes no Couto Pereira. Mas aí é outra história.