Adoílson passa pelo goleiro e fecha a vitória contra o Operário-MT. Primeiro ato de um título marcante| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo
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Já são seis anos do Paraná na Segunda Divisão. Tão distante foi a última passagem que o piazote tricolor, aquele ainda descobrindo os prazeres e as agruras do esporte, pode até achar que jamais o clube do coração frequentou a high society do futebol brasileiro. Calma, quem sabe no ano que vem...

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Enquanto isso, aproveito para lembrar uma Série B na qual os paranistas navegaram com tranquilidade até o acesso. Época boa do "já nasceste gigante", lá na virada dos anos 90, quando chegar à Primeira Divisão foi só uma questão de tempo para os então ex-colorados e ex-pinheirenses.

Após estrear no cenário nacional em 1990 na Terceira Divisão – caminho natural para o clube fundado em 1989 – o Paraná enroscou pelo noviciado na Segundona na temporada seguinte. Em 1992, mais canchado, passou firme por uma competição duríssima. Em apenas cinco meses, o Tricolor disputou partidas em todas as quebradas do país, com 30 confrontos, conquistando 13 vitórias, 15 empates e somente duas derrotas, para Londrina e Criciúma.

Tudo começou no dia 9 de fevereiro, diante do Operário-MT. Naquele período, os Operários ainda metiam medo – além do representante do Mato Grosso, havia o do Mato Grosso do Sul, e por aqui, no estado, o Fantasma também participava de competições nacionais. Desta vez, entretanto, não deu nem para o cheiro.

Logo que a bola rolou na Vila Capanema – com 4.800 pagantes – o time de Otacílio Gonçalves passou a pressionar o adversário. Por baixo, com o toque de bola de Serginho Cabeção, Marquinhos Ferreira e Adoílson, e pelo alto, com cruzamentos e a bola alçada na área pela catapulta-humana Gralak.

Não demorou muito para os mato-grossenses arriarem. Jocélio, que não é nem nunca foi nome de zagueiro, meteu a mão na bola e marcou o chamado "penalte" (com ênfase na letra E). Adoílson bateu com categoria e chacoalhou o mullet na comemoração: 1 a 0. Placar da etapa inicial.

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No segundo tempo, o Tricolor deu "um show de bola e levou a torcida ao delírio", segundo o que registrou a Gazeta do Povo. E não há porque duvidar. Escanteio na área, Alcântara fez o segundo de cabeça, ou de "schulap", como dizia Fernando Vanucci. Em seguida, Adoílson marcou seu segundo gol, "diblando" o goleiro. Até que aos 23 minutos, Neguinho, aquele, fechou a goleada.