Ziquita em jogada contra o Pinheiros, em 1978| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo
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O que aconteceu no dia 5 de novembro de 1978 todo mundo já sabe de cor e salteado, como diziam os antigos. Aparentemente ungido pelas forças ocultas, Ziquita – um 9 de pujança física e nenhuma intimidade com a bola – anotou quatro tentos em menos de 15 minutos e empatou o que, até então, era uma goleada do Colorado sobre o Atlético em plena Baixada do bairro Água Verde.

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Entretanto, poucos sabem o que se desenrolou após aquela mítica jornada. Na rodada seguinte, um 2 a 0 para o Furacão sobre o Pinheiros. E, para alívio geral, nada de gol de Ziquita. Se o avante atleticano compactuara mesmo com o Outro, felizmente o trato fora desfeito numa quebrada qualquer.

Mas constatou-se tudo isso somente depois do apito final de Eraldo Palmerini que, dizem, "não comprometeu". Enquanto a bola correu solta, a preocupação da turma de Lori Sandri estava toda em Ziquita. E era tamanha que levou o arqueiro Bessa, da equipe azul, "as raias do desespero", conforme a legenda da Gazeta do dia seguinte.

Os gols foram marcados por Lula e Reginaldo, contra. No primeiro, Paulinho lançou-se pelo flanco direito e cruzou na área, atendendo as orientações dos torcedores colados no alambrado. Reginaldo, cheio de boa intenção, cortou equivocadamente e mandou contra o patrimônio.

O segundo foi aquele chamado de "bela feitura", também na etapa inicial. Como já dito, o pai da criança foi Lula, companheiro de ataque de Ziquita e, mais tarde, vale mencionar, de Katinha, substituto de Paulinho. Ele matou a bola no peito como se recebesse a cabeça da namorada para um cafuné, avançou e chutou forte, sem defesa.