Adriano caiu em desgraça no Corinthians, pois as coisas mudaram e o futebol profissionalizou-se de tal forma que diminuiu o espaço para os jogadores boêmios que insistem em aprontar contando com o perdão dos dirigentes.
A vida pregou peças em Adriano, fazendo com que caísse do cavalo em Roma, a terra dos césares e dos imperadores de verdade, onde o apelido faria mais sentido. Voltou sem graça e, apesar do talento nato para marcar gols, está minguando a carreira do camisa 9.
O epíteto de Imperador o distinguiu, pois a criação desses jargões indica visão generosa e descontraída do esporte e seus artistas. Representa promoção do ídolo e mexe com o sentimento do torcedor fazendo a alegria do futebol.
No passado havia um toque de poesia quando se ouvia ou lia a respeito de Fausto, a Maravilha Negra; Domingos da Guia, Domingada; Leônidas da Silva, o Diamante Negro; Zizinho, Mestre Ziza; Didi, Folha Seca; Baltazar, Cabecinha de Ouro; Luisinho, o Pequeno Polegar; Djalma Santos, o Lorde; Nilton Santos, a Enciclopédia do futebol; Danilo, o Príncipe; Ademir, o Queixada; Rubens, Doutor Rubis; Pompéia, Constellation...
E ainda: Telê, o Fio de Esperança; Servílio, o Bailarino; Garrincha, a Alegria do Povo; Castilho, a Leiteria; Carlinhos, Violino; Pelé, o Rei; Pepe, o Canhão da Vila; Toninho, Guerreiro; Ademir da Guia, o Divino; Ivair, o Príncipe; Denílson, o Príncipe Etíope; Rivelino, o Reizinho do Parque; Paulo Borges, o Sorriso do Parque; Jairzinho, Furacão da Copa; Gerson, Canhotinha de Ouro; Roberto, Dinamite; Zico, o Galinho; Dionísio, o Bode Atômico; Caio, Cambalhota; Julio Cesar, Entortador.
Mais recente, Edílson, o Capetinha; Edmundo, o Animal; Romário, Baixinho ; Ronaldo, o Fenômeno; Marcos, São Marcos e tantos mais.
A lista é extensa e os leitores certamente vão se lembrar de muitos outros. E ao lembrar, mostrarão um sorriso nostálgico porque os apelidos tornaram os profissionais mais próximos do torcedor.
O futebol paranaense também foi rico nas alcunhas que timbraram eternamente alguns personagens ilustres como Bino, o Gato Selvagem; Caju, a Majestade do Arco; Laio, a Fortaleza Voadora; Fedato, o Estampilha Rubia; Krüger, o Flecha Loira; Zé Roberto, o Gazela; Roberto, Mão de Anjo; Lela, o Careta; Saulo, o Tigre; Flávio, o Pantera, e até dirigente, como o coxa-branca Miguel Cecchia, o Raposa Ruiva.
Havia cronistas e jornais que se dedicavam a criar denominações próprias para os jogadores, os times e até mesmo para designar as torcidas organizadas.
Porém, com o patrulhamento dos novos tempos, esse costume diminuiu por aqui, embora os argentinos e alguns outros latinos ainda curtam a prática de inventar apodos, designando craques, boxeadores ou jóqueis sem que se tornem politicamente incorretos.
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