A Fifa aceitou realizar a próxima Copa no Brasil e assumiu correr todo tipo de riscos em nome de uma homenagem ao país cuja seleção mais vezes conquistou o título colocado em disputa de quatro em quatro anos.
Os riscos a que me refiro são bem conhecidos de todos os brasileiros, mas que só ultimamente foram descobertos pelos cartolas da entidade mundial e pela mídia internacional de uma forma geral.
Sem a divulgação completa da Copa das Confederações, por conta do atraso em diversas obras nos estádios e, sobretudo, das dúvidas em torno da infraestrutura nacional, a ausência da seleção brasileira em jogos da Copa do Mundo no Maracanã espelha as dificuldades que cercam o estádio escolhido para a partida final. Ou seja: o carioca só verá a seleção ao vivo se ela conseguir chegar à finalíssima.
A escolha das sedes para o torneio preparatório, em 2013, foi meramente política e baseada no andamento das obras, com o Maracanã dentro e o Itaquerão fora.
Curitiba, como se esperava, não foi incluída na Copa das Confederações pelo atraso nas obras de conclusão da Arena da Baixada e pela falta de um contrato com a construtora para a realização do trabalho, coisa que só agora está sendo tratada, depois de dois anos e meio de brigas políticas internas que dividiram o clube com reflexos diretos no rendimento da equipe em campo.
E a crise recrudesceu, ontem, gerando um clima de desconforto entre dirigentes e jogadores no CT do Caju, com a infeliz divulgação dos salários dos jogadores pelo atual gestor das obras e candidato da oposição à presidência do clube. Os interesses eleitoreiros e os caprichos pessoais estão se sobrepondo ao futuro da instituição. Cenário profundamente lamentável para o Atlético que luta, desesperadamente, contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro.
Quanto à Copa do Mundo, a Arena da Baixada receberá quatro partidas entre os dias 16 e 26 de junho, todos na primeira fase, demonstrando a falta de prestígio dos políticos paranaenses e das autoridades esportivas locais.
Com tantos problemas materiais a serem resolvidos, também assistimos a demolição moral e política do ministro do Esporte, Orlando Silva, defendendo-se de graves acusações de corrupção, além da crise criada pelo governo que enviou ao Congresso uma lei que não atendia aos interesses manifestados pela Fifa em seu caderno de encargos e diretrizes gerais do megaevento.
Dentre tantas dúvidas, a questão da meia-entrada é que mais tem agitado a discussão, pois o governo insiste que os estudantes e idosos têm direito a pagar menos e a Fifa voltou a afirmar que não arcará com os prejuízos.
Com críticas e dúvidas de toda sorte e nenhuma segurança de que os estádios, os aeroportos e a seleção brasileira estarão prontos, o mundo futebolístico prepara-se para a Copa do improviso.
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