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Está em andamento na Fifa um estudo para proibir qualquer tipo de manifestação religiosa, como a reza no gramado, para a Copa do Mundo na África do Sul. Como vivemos em um mundo com grande multiplicidade religiosa, a entidade que dirige o futebol diz que chegou o momento de inibir algumas atitudes antes que essas práticas fujam do controle.

Aumentam as tendências religiosas tanto que se verifica invasão de programas de rádio e televisão que difundem a fé através dos textos da Bíblia Sagrada. São pastores, bispos, missionários, enfim uma plêiade de mensageiros que procura sensibilizar as pessoas para os movimentos religiosos. Alguns exageram e transformam os locais de orações em supermercados da fé; outros, seguem o dogma do "Templo é dinheiro".

Mas o que motivou a Fifa a tratar do assunto com mais atenção foi o fato de os jogadores brasileiros terem celebrado o recente título na Copa das Confederações com mensagens religiosas. A denúncia partiu da Federação Dinamarquesa, que enviou carta à Fifa pedindo providências diante do comportamento da seleção brasileira na África do Sul.

Uma regra já estabelece que mensagens religiosas ou políticas não são permitidas em partidas de futebol. Mas tem pouco efeito prático, já que apenas alerta que as mensagens não podem ser emitidas ou usadas em camisetas durante os jogos. O Brasil tem sempre esperado o final dos jogos e dos torneios para manifestar a fé. É importante salientar que na conquista da Copa de 2002, na Ásia, o Brasil havia sido repreendido pela Fifa, mas a própria entidade admitiu que não tinha o que fazer a título de punição.

Agora, quando nos aproximamos da próxima Copa, os dirigentes começam a se movimentar para impedir qualquer manifestação de fundo religioso, político ou ideológico. O principal alvo seria o de impedir por completo o uso de camisetas com mensagens. A entidade, porém, ainda não estabeleceu a penalidade contra os jogadores. O Vaticano já deixou claro que é contra a decisão de proibir a reza, sendo que os seus representantes dirigiram carta a respeito do assunto diretamente à Fifa. Mas o que o presidente Joseph Blatter deseja é impedir que um enfrentamento religioso ganhe os campos de futebol e imagens transmitidas para todo o mundo acabem sendo alvo de publicidade.

É uma questão delicada por tratar-se do direito individual do cidadão e do seu livre arbítrio ao escolher uma seita que lhe ajude a enfrentar a rudeza da vida.

Sempre soube que não se deve discutir política, futebol e religião. No caso, parece uma mistura explosiva, já que a Fifa comanda o futebol e deseja banir a reza dos gramados. Será um prato cheio para aqueles que gostam de exibir publicamente as suas tendências religiosas, algo que, aqui entre nós, deveria ser exercido sempre em caráter privado ou apenas em locais apropriados.

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