Encerrada a disputa pelo título estadual com o Coritiba batendo recordes, alcançando impressionante vantagem de pontos sobre o segundo colocado e se consagrando como um dos melhores times do país, tenho recebido diversos telefonemas e mensagens eletrônicas de colegas de outras capitais indagando sobre o segredo do sucesso coxa-branca.
A fórmula, a meu juízo, é simples: serenidade dos novos dirigentes no momento da pior desgraça da centenária associação quando caiu no Campeonato Brasileiro e sofreu a maior pena jamais aplicada a um clube no futebol nacional, com a interdição do seu estádio , mantendo o técnico Ney Franco e a base do elenco; conscientização da responsabilidade dos profissionais que se transformaram em uma família, conquistando o bicampeonato paranaense e o título da Série B, devolvendo o clube à Primeira Divisão, e o acerto na substituição do técnico e na aquisição de reforços para este ano.
Marcelo Oliveira foi indicado por Ney Franco, dando sequência ao trabalho com a mesma metodologia, porém colocando a assinatura em baixo com ganhos táticos que melhoraram o rendimento da equipe e as contratações pontuais realizadas.
Disputando um campeonato em que sobrou na turma, o grupo acumulou triunfos ao ponto de igualar o recorde do Palmeiras, podendo ultrapassá-lo se vencer o Caxias, amanhã. Com 16 pontos de vantagem, ficou muito claro que enquanto o Coritiba fez tudo certo, os seus principais rivais fizeram tudo errado. Tão errado que o Atlético não organizou um time até agora quatro meses de experiências frustrantes sob o comando do quarto técnico no ano e o Paraná conseguiu ser rebaixado.
Líder do movimento salvador, Vilson Ribeiro de Andrade desponta como protótipo do dirigente moderno, capaz e com visão estratégica. Do alto da experiência adquirida nestes 16 meses como gestor principal de um clube de futebol, Vilson sonha com a afirmação no plano nacional.
É destacado um dos melhores elencos do país; encontra-se em posição privilegiada na parte técnica; é o time que mais venceu até agora e, no entanto, assombra-se com o panorama nacional, no qual tem sofrido duros revezes.
Mas a hora é essa e o Coxa reúne todas as condições de ir longe na Copa do Brasil.
Efabulativo: Deputado com larga experiência e liderança, o antológico Aníbal Khury sensibilizou-se com o apelo de amigos e companheiros no período em que esteve com os direitos políticos cassados e aceitou assumir a presidência do Atlético.
Conheceu as verdadeiras emoções humanas dentro do futebol e, encerrado o mandato no clube, beneficiou-se com a anistia e retornou à atividade política.
Alguns anos depois, ao ser indagado por um jornalista sobre as diferenças entre a política e o futebol, sentenciou: "O eleitor esquece, o torcedor, não."