No fundo, a maioria dos torcedores de time de futebol se contenta com pouca coisa. Essa foi a minha conclusão depois de ouvir diversas manifestações de torcedores, dos mais diversos times, e profissionais da crônica esportiva, todos convencidos de que chegamos ao final de um grande campeonato.

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Ele foi diferente – por favor, diferenciado é outra coisa – pelo rigoroso equilíbrio dos concorrentes em uma competição du­­rante a qual tornou-se comum ver o último colocado destronar o líder ou uma equipe rebaixada tomar pontos de candidatos ao título. A isso se dava o nome de nivelamento técnico por baixo, tendo em vista que o futebol brasileiro atravessa uma de suas fases mais pobres em todos os sentidos. Especialmente no campo da arbitragem, autêntico desastre.

Mas, apesar de tudo, o campeonato pode ser considerado grandioso em razão da titânica disputa de três equipes pelo título, resumindo-se a duas na última rodada; quatro ou cinco pelas vagas restantes na Libertadores e três para fugir do rebaixamento. Dei baixa na Sul-Americana. Já que ninguém leva esse torneio a sério, não vou mais perder tempo com que ele.

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O título está ao alcance das mãos de corintianos e vascaínos. Domingo o Corin­thians chegou a ser campeão por alguns minutos, até que o Vasco decidiu o clássico e eliminou o Fluminense. Mas dificilmente o Pacaembu deixará de ser o cenário da comemoração de nova conquista do clube que mais cresceu nos últimos anos. No caso, o Corinthians.

Também é das maiores a em­­polgação de Flamengo e Cori­­tiba, que só dependem dos seus esforços para ganhar os últimos lugares reservados no principal torneio continental. Ambos andaram cambaleando durante a disputa, sendo que o Flamengo beirou a crise, aumentando a pressão sobre Luxemburgo e Ronal­dinho Gaú­cho no período de dez partidas sem vitória. O Coxa deu a volta por cima, principalmente em casa, nesta reta de chegada, apesar do tropeço no Bahia e da má apresentação frente ao Avaí.

Agora está com tudo, já que disputará os últimos três pontos contra um adversário moralmente rebaixado e politicamente dividido, beirando a uma crise sem precedentes diante do egocentrismo dos seus cartolas. Sem esquecer de que o Coritiba não perde o clássico há mais de três anos.

O Atlético chegou a esta constrangedora situação como resultado das vaidades pessoais e da in­­competência futebolística dos seus dirigentes, que tiveram o ano inteiro para resolver as salientes deficiências técnicas da equipe e fizeram tudo errado. A fiel e sofrida torcida rubro-negra ganhou de presente um verdadeiro "kit de­­sastre", com a formação de um elenco tecnicamente desfigurado.

Se o Coritiba jogar com a mesma intensidade que jogou a maior parte da temporada, sairá da Arena da Baixada classificado para a Libertadores, remetendo o Furacão para fora da vitrine principal.

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