Em tempos politicamente corretos, diversas práticas antigas estão com os seus dias contados. A briga de galos foi proibida há muitos anos, da mesma forma que a tourada está perdendo espaço em plena Espanha e a farra do boi vem sendo combatida.
Há seis anos, depois de uma briga judicial entre seus defensores e da resistência de representantes na Câmara dos Lordes, no parlamento inglês, a caça à raposa foi proibida na Inglaterra e no País de Gales.
Ainda se ouve o som da trombeta anunciando o início da caçada, mas ela existe apenas como folclore, para manter a tradição e dentro de regras bem específicas para não fazer a raposa sofrer.
Por aqui, em vez da raposa quem tem sofrido são os caçadores. Ou seja, o Campeonato Paranaense transformou-se em verdadeira caça à raposa, que, no caso, veste-se de verde e branco e atende pelo nome de Coritiba. Todos os demais concorrentes tentam evitar que o Coxa se torne mais uma vez campeão invicto.
O Operário, segundo melhor time do primeiro turno, quase conseguiu o feito, mas a lépida raposinha alviverde correu mais e chegou na frente. Hoje, em Paranavaí, mais uma vez o time do Coritiba jogará para manter a formidável série sem dar qualquer chance aos adversários.
Desde que mudou o esquema tático sacou um zagueiro e aumentou a capacidade de circulação da bola no meio de campo , o técnico Marcelo Oliveira só colheu triunfos e, consequentemente, disparou na liderança.
Nem mesmo a ausência do importante líder da equipe o volante Leandro Donizete conseguiu diminuir o ritmo ou inibir o desejo de vencer. Com boas alternativas no banco de reservas, o treinador tem conseguido manter o equilíbrio técnico e tático do grande favorito da temporada.
Investidos na função de caçadores mais credenciados, Paraná e Atlético procuram ajustar as suas formações e emitem sinais ainda modestos, mas positivos, sob o comando de Ricardo Pinto e Geninho.
O Paraná conseguiu adquirir algo que parecia impossível até algum tempo atrás: a recuperação da auto-estima. Ricardo Pinto injetou otimismo no grupo, trabalhou bem a cabeça dos jogadores e tratou de fortalecer o sistema de marcação para buscar melhores resultados com calculada cautela.
O jogo com o Rio Branco, logo mais, na Vila Capanema, será o aguardado momento para o tricolor vencer e, finalmente, sair da zona de rebaixamento. A torcida não pode deixar de apoiar o time nesta campanha de reabilitação.
Amanhã, recebendo o Corinthians-PR na Arena da Baixada, Geninho terá a oportunidade de corrigir todas as falhas que ele observou a exaustão na partida do Atlético com o Arapongas.
Nem o técnico, nem o time e muito menos a torcida estão satisfeitos com esse negócio de vencer sem convencer. Já passou da hora de o Furacão recuperar a fisionomia, readquirir a confiança e voltar a mostrar futebol de primeira.
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