Com o Coritiba proclamado campeão invicto por antecipação, esvaziou-se por completo a última rodada do campeonato. A não ser para as equipes que almejam ao título do interior e, logicamente, para a torcida coxa-branca que, em verdadeiro estado de graça, vai ao Alto da Glória render homenagens aos campeões.

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Entendo que a derrota sofrida pelo Atlético não deveria ser reduzida apenas à expulsão de Manoel. Claro que a violência gratuita do temperamental zagueiro atrapalhou os planos do técnico Adilson Batista que, por sua vez, substituiu Bran­­qui­­nho, que vinha jogando bem, e de­­­­morou muito para escalar Madson.

Especialistas, entendidos, peritos e outros expertos dizem, sistematicamente, que um dos mais graves erros no futebol brasileiro é a demissão de técnicos com pouco tempo de atuação no clube. Quer dizer: dirigentes não dariam aos treinadores o tempo suficiente e necessário para desenvolver e consolidar seu trabalho. Aos primeiros insucessos, logo trocam um treinador por outro.

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A afirmação, que de tão reiterada virou uma espécie de regra entre críticos, me parece temerária. Precipitada mesmo. Te­­nho dúvidas quanto à correção do raciocínio. Até porque ele é empregado qualquer que seja o treinador. Para mim é o seguinte: se o técnico for bom, o raciocínio está certo, nem se discute; mas se o técnico for ruim, despreparado ou inseguro, o raciocínio, convenhamos, é péssimo.

Não existe coisa pior do que manter técnico ruim – o que mais existe por aí – trabalhando durante meses, ou até anos sem qualquer resultado satisfatório. Vocês já estão imaginando que eu duvido do talento de Adilson Batista, mas não é isso.

O raciocínio que acabei de expor é geral, não se relaciona a um técnico ou outro, mas ao conjunto deles. O Adilson Batista foi muito bem no Cru­­zeiro, mas fracassou em suas recentes passagens pelo Co­­rinthians e pelo Santos. Então, ele foi um eficiente comandante no Cruzeiro, apesar da perda do título da Li­­bertadores em pleno Mineirão, mas não correspondeu como comandante dos times do Corinthians e do Santos. Se vai conseguir alcançar o mesmo sucesso de Carpe­­giani, por exemplo, é a uma indagação geral entre os atleticanos.

Se bem que analisar o futebol do Furacão tornou-se algo muito complexo diante da in­­definição do que pensam e, so­­bretudo, até onde desejam chegar os dirigentes com a ex­­ces­­siva mudança de treinadores e a impressionante coleção de ca­­beças de bagre que foram con­­tratados nas últimas temporadas.

Uma coisa é certa: o presidente e a torcida estão completamente divorciados. Cami­­nham em sentidos opostos. Um é o antípoda da outra. E isso não pode dar certo. Nem mesmo a exibição de robusto balanço contábil, que encheu de orgulho contadores e economistas atleticanos, conseguiu fazer a torcida esquecer a humilhação de domingo na Arena da Baixada.

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