Arena da Copa coberta, título estadual, gramado sintético, show com o magnífico Andrea Bocelli, time a caminho da Libertadores, tudo isso deveria representar muito para um clube.

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Estranhamente não é o caso do Atlético, a associação de porte médio que mais cresceu no Brasil.

De clube com estádio em precárias condições, endividado, sem sócios, sem ter onde treinar e purgando a Segunda Divisão nacional, ele se transformou em “case” estudado por especialistas no “show business” e mundo dos espetáculos esportivos.

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Mas o ambiente anda tenso na política interna, nas relações com a torcida e nos protestos dos associados contra a diretoria que age de maneira ditatorial e impositiva.

A catarse atleticana tornou-se crônica pela falta de entendimento em alto nível entre as lideranças políticas, pela ausência de diálogo com a maior torcida organizada, pela incivilidade com a mídia e pela desconsideração com os associados que protestam contra a mudança do Atletiba para a Vila Capanema.

Nem mesmo a espetacular virada sobre a Chapecoense foi suficiente para apagar a mágoa dos torcedores contra o autor das transformações e figura mais emblemática do clube em toda sua história: Mario Celso Petraglia.

Realizador por dom natural e irascível por natureza, Petraglia domina o cenário há duas décadas. Conseguiu realizar todos os sonhos patrimoniais acalentados pelos atleticanos e alcançou títulos importantes, mas está longe de ser unanimidade. Até pelo contrário, ultimamente tem provocado mais animosidade do que um merecido reconhecimento.

O simples torcedor, que vibra e chora com o time, não consegue se acostumar com a ideia de que, por detrás da costumeira “persona” enfezada e antipática do controvertido dirigente, está um executor de obras capaz que controla todos os aspectos dos seus projetos.

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Intolerante, ele parece não compreender a simplicidade e pouca exigência do associado: mais consideração e um time com chance de voltar a ser campeão brasileiro.

Nem mesmo a categoria de Hernani, a capacidade de Pablo ou a finalização precisa do jovem Matheus Rossetto nos gols do triunfo foram suficientes para aplacar a ira da arquibancada contra o benfeitor mal-humorado.

Houvesse reconciliação entre situação e oposição, bom senso de ambas as partes no caso com a torcida organizada e a formação de um time empolgante para aumentar o quadro social, tudo seria diferente.

O Atlético voltaria a ser a grande família que o manteve vivo nos longos anos de dificuldades financeiras, o estádio voltaria a ficar lotado e todos seriam favoráveis à construção de uma estátua para Petraglia na Arena da Baixada.