A mídia tratou os primeiros cem dias dos novos governantes com esmero e, para quem não sabe, a contagem tornou-se fa­­mosa depois da volta do exílio do imperador francês da Ilha de Elba.

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Após um ano ele resolveu voltar à França para retomar o poder e, o seu último período como imperador durou cem dias, até a queda na Batalha de Waterloo.

Através de suas manchetes diárias o jornal parisiense Monitor Universal revelou graciosa sequência de subserviência aos governantes na cronologia do noticiário: O Ogro fugiu; O Monstro desembarcou no continente; O Tirano cruzou Lyon; O Usurpador aproxima-se de Paris; O Imperador chegou a Fontai­­nebleau.

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Hoje em dia, superar os cem dias representa verdadeiro sonho de consumo para diversos técnicos do futebol brasileiro. Entramos no quarto mês do ano e muitos já foram dispensados, mesmo apresentando bom currículo e até mesmo apreciável índice de aproveitamento.

O exemplo mais emblemático foi de Geninho, dispensado pelo Atlético com 83% de aproveitamento. Entretanto, esqueceram-se os estatísticos de que no Cam­­peonato Paranaense é preciso aproximar-se dos 100%, sobretudo nesta temporada em que o Coritiba vem batendo todos os re­­cordes e apenas o Atlético se apresenta com reduzidas possibilidades de ameaçar o título invicto.

A verdadeira queda de Geninho deu-se na derrota para o Operário, o jogo que praticamente tirou o Furacão do páreo por erros de armação do sistema defensivo.

Adilson Batista é o seu substituto e veio com gás para superar os cem dias no comando atleticano, afinal foi mandado embora do Santos com apenas um jogo perdido em onze disputados.

Os dirigentes do Atlético apenas seguem a tendência da busca de grife no atual futebol brasileiro e, no momento, Adilson Ba­­tista é etiqueta mais valorizada do que Geninho.

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Quem também pagou o pato foi Vágner Benazzi, dispensado pelo Bahia, que está de olho em Joel Santana ou Celso Roth, grifes valiosas no mercado da bola.

Ou vocês acreditam que o Corinthians contrataria Adriano com seis quilos acima do peso se ele não tivesse a auréola de imperador e outros babados mercadológicos?

Segue o baile na Copa do Bra­­sil com o Atlético enfrentando o Bahia desfalcado de Paulo Baier, sua principal referência nas bolas paradas, mas que tem produzido pouco no conjunto.

Amanhã, o equilibrado Coritiba – Marcelo Oliveira co­­memorou os cem dias no comando da equipe – recebe o Caxias com ares de absoluto favoritismo.

O segredo do Coxa foi ter mantido a base do elenco pelo terceiro ano consecutivo e, sobretudo, a filosofia de trabalho implantada por Ney Franco e aprimorada por Marcelo Oliveira, antes uma duvida, hoje unanimidade dentro do Alto da Glória.

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