Após mais uma derrota no clássico local e ter afundado na classificação, o Atlético carrega a sua crise permanente para o Norte do país, onde jogará com o Paysandu, pela Copa do Brasil.A exótica crise atleticana tem atazanado a vida dos torcedores, pois ela é bem mais profunda do que pode supor a vã filosofia dos simples mortais. Ela envolve múltiplos interesses.
Nada, porém, que não possa ser amenizado com algumas vitórias e a certeza de que a Arena ficará pronta até dezembro. Esqueçam as denúncias de dirigentes magoados, pois isso vem desde quando a diretoria anterior revelou-se incapaz de formar um time que conseguisse vencer o Coritiba, conquistar títulos e manter-se na Primeira Divisão. E também de iniciar as obras do estádio após o acordo celebrado com a prefeitura para os jogos da Copa do Mundo.
Os fracassos determinaram o retorno do antigo presidente e foi servido ao associado o pacote completo: centralização de poder, intenso rodízio de técnicos e jogadores medíocres, submissão de todos aos interesses do líder e, é claro, resultados insatisfatórios em campo. Curioso é que profissionais com respeitáveis currículos, como Antonio Lopes, por exemplo, humilham-se publicamente em troca de um simples salário.
A chegada de Vagner Mancini foi emblemática já que ele fugiu da imprensa, ajudado pelo prestativo Alberto Valentim no cumprimento da ridícula lei do silêncio. Mas não vai demorar e eles também recorrerão à mídia para reclamar.
Se pré-temporada de quatro meses fosse produtiva, há muito tempo Barcelona, Manchester, Bayern e outros clubes teriam implantado o surrealista sistema de condicionamento atleticano.
O torcedor segue o seu calvário com obsequioso silêncio na ingênua esperança de que as coisas mudem um pouco nos próximos jogos: hoje, com o Paysandu; domingo, com o Corinthians.
Politicagem
Que a Conmebol é um órgão controverso não existe dúvida, mas agora ela simplesmente rasgou o regulamento da Taça Libertadores no tocante a exigência de que as finais sejam disputadas em estádios com capacidade de pelo menos 40 mil espectadores. Não é o caso do Defensores Del Chaco e muito menos do estádio Independência, só que a politicagem dos cartolas continentais abriu uma exceção para que o Olimpia jogue em casa e obrigou o Atlético-MG a jogar no Mineirão. Ignorou-se a isonomia.
Não custa recordar que o nosso Atlético foi tremendamente prejudicado nas finais de 2005 quando, por manobra política do São Paulo com o aval da CBF, foi obrigado a trocar a Arena da Baixada pelo Beira-Rio.
O restante da história todos lembram, inclusive o fato de que um mês depois da decisão da Libertadores o Furacão goleou o São Paulo por 4 a 1, jogando em casa pelo Brasileiro.
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