O problema mais grave do futebol paranaense é a falta de unidade. Especialmente entre os chamados grandes clubes que, em última análise, são os puxadores de público nos campeonatos estaduais e os que somam maiores prejuízos.
Criou-se a Associação de Clubes (Futpar) com a intenção de fortalecer o relacionamento. Era para acabar com aquele negócio de "se é bom para eles não serve para nós" característico do amadorismo que aquecia antigas rivalidades.
Com a grande comercialização do esporte e o alto custo do futebol profissional, já passou do tempo de os dirigentes continuarem agindo como torcedores. Mas, lamentavelmente, por aqui o espírito amador ainda prevalece com o agravante do revanchismo.
A saída do Coritiba da Futpar no ano passado enfraqueceu o grupo e não fortaleceu a gestão da Federação. E até hoje o presidente Jair Cirino não apresentou uma justificativa convincente para a sua decisão.
Estamos no limiar de mais uma temporada e os velhos problemas resistem, tanto que o Campeonato Paranaense começará sob o signo da incerteza: até o julgamento do recurso do Arapongas, o Operário, de Ponta Grossa, não estará seguro de sua ascensão.
Entre os gestores do futebol paranaense, a criação de um regulamento, ao mesmo tempo, inteligível, enxuto e rentável é uma espécie de busca do Santo Graal.
Existem barreiras aparentemente intransponíveis para isso.
Nova direção
Que o novo G-9 eleito pelo Conselho do Coritiba é mais encorpado que o anterior parece não existir dúvidas.
Basta verificar as primeiras manifestações e, sobretudo, as primeiras medidas tomadas.
Foi um ato de coragem no calor da interdição do estádio Couto Pereira e da perda de 30 mandos de jogos no Campeonato Brasileiro a proibição das torcidas organizadas no Alto da Glória.
Além de demonstrar a firme decisão de não aceitar permanecer como refém das diversas facções, a nova diretoria assumiu posição de defesa dos interesses do clube, tanto na preservação de sua imagem quanto de seus rendimentos.
Com a proibição, certamente aumentará a venda das camisetas oficiais negociadas pela loja do clube e os patrocinadores que colocam placas no estádio terão as mensagens valorizadas na medida em que elas não forem encobertas pelas faixas das torcidas organizadas.
Os próximos passos serão levantar a interdição do estádio para os jogos do Campeonato Paranaense, tão logo a CBF envie os seus representantes para a vistoria e a apresentação do recurso no Pleno do STJD.
No segundo julgamento, com uma defesa mais robusta, é bem possível que o Coritiba consiga diminuir o número de mandos perdidos.
O maior obstáculo do Coxa será a mídia nacional, que não aceitará uma improvável absolvição e muito menos redução excessiva da pena.
Ainda persiste um clamor pela punição exemplar.
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