As marcantes diferenças entre Atlético e Coritiba representam o principal combustível do futebol paranaense, como acontece nas demais capitais.
Mas seria ótimo se as torcidas em vez de comemorar os fracassos do rival vices-campeonatos da Libertadores e da Copa do Brasil, os dois recentes rebaixamentos do Coxa e a permanente luta do Furacão contra o rebaixamento nacional pudessem festejar a conquista de títulos importantes.
Lamentavelmente, a dupla Atletiba tem proporcionado mais sustos do que alegrias aos seus torcedores. As exceções, como as conquistas dos títulos estaduais; o 5.º lugar do Atlético no ano passado ou o fantástico recorde de vitórias do Coritiba servem apenas para confirmar a regra.
Nem bem começou o Campeonato Brasileiro e a dupla se vê às voltas com a zona da degola, mas até mesmo nestas circunstâncias os velhos adversários marcam diferenças.
Enquanto o Coritiba atravessa uma crise meramente técnica, que pode ser superada, com duas ou três vitórias consecutivas em casa, o Atlético vive um pesadelo acordado.
Cada vez que a diretoria atleticana anuncia a contratação de reforço para o time ou, principalmente, a escolha do novo treinador um frio percorre a espinha de cada torcedor. Poucos acreditam na eventualidade de os dirigentes possuírem capacidade de acertar em suas opções, tantos foram os equívocos cometidos até agora.
A inexplicável dispensa de Geninho, no auge de uma campanha de recuperação oito vitórias, um empate e apenas uma derrota enquanto o técnico aguardava os reforços prometidos, foi o mais grave erro cometido pela diretoria. A passagem de Adilson Batista foi incrivelmente desastrosa sob todos os pontos de vista, com destaque a desagregação do elenco e a falta de um plano de jogo coerente com a realidade e as necessidades do clube.
O novo treinador, seja quem for, encontrará inúmeras dificuldades para recompor o ambiente no CT do Caju, conhecer as idiossincrasias de cada jogador, identificar os líderes positivos e negativos, dar padrão de jogo e, ufa!, correr contra o tempo já que a bola não para de rolar e a fila anda na classificação.
O problema do Coritiba é bem mais fácil de ser solucionado, pois o elenco é de boa qualidade, as principais lideranças são positivas e isso ficou evidente na vitoriosa trajetória dos últimos 17 meses, bastando o técnico Marcelo Oliveira transmitir confiança para aqueles que se abalaram com a perda do título para o Vasco dentro do Alto da Glória.
Alguns jogadores estão inseguros, cometendo erros que não cometiam até bem pouco tempo, e isso precisa ser resolvido.
A partida com o Ceará, adversário conhecido e tecnicamente inferior, veio a calhar para assinalar o começo da aguardada ampla reabilitação coxa-branca.