O jogo esteve à altura de uma final de Libertadores, entretanto a organização, ou desorganização, se preferirem, e a troglodítica reação dos jogadores uruguaios com a derrota apenas confirmaram o nosso endêmico atraso em relação ao chamado Primeiro Mundo.
Há alguns anos, o filósofo francês Claude Lévi-Strauss escreveu o livro Tristes trópicos abordando a vida nos países tropicais. A questão nuclear do ensaio foi o estudo sobre as civilizações indígenas do nosso continente, que teriam influenciado a maneira descontraída da população.
Só que entre descontração e comportamento existe razoável diferença. Daí ainda aceitarmos, bovinamente, determinadas atitudes como a vergonhosa presença do bandido Battisti entre nós , falta de zelo no trato da coisa pública e, no caso do futebol, a verdadeira bagunça em que se transformou o gramado do Pacaembu após o apito final do árbitro argentino.
A reação dos jogadores do Peñarol só pode ser atribuída a um histórico complexo de inferioridade dos uruguaios que, simplesmente, ainda não aprenderam a perder com dignidade. Com excesso de pessoas dentro do campo e longe, muito longe, do espetáculo proporcionado pelos europeus nas finais da Liga dos Campeões, a confederação sul-americana realizou uma festa pobre e com pano de fundo marcadamente mercantilista.
Quanto ao jogo, o Santos dominou amplamente e poderia ter goleado não fosse a impressionante imperícia do avante Zé Love quando fica livre com a bola à frente da meta adversária, sendo que, em uma das vezes, até sem a presença do goleiro.
O título foi merecido e coroou, definitivamente, a geração de Ganso e Neymar, as principais promessas do novo futebol brasileiro.
Rodada
Depois da proeza de golear o Goiás, no Serra Dourada, e ter empatado com o Náutico, nos Aflitos, o Paraná reaparece diante da sua torcida para enfrentar o bravo Icasa. Não passa pela cabeça de nenhum tricolor, vivo ou morto, a remota possibilidade de que não se registre uma vitória do time na Vila Capanema. Mas é bom conferir.
Amanhã, noite da dupla Atletiba, cada um carregando suas dúvidas e incertezas neste mau começo no campeonato. Mais preocupante é a posição do Atlético, que simplesmente ainda não conseguiu vencer e assinalou um único e escasso golzinho. O Bahia, repleto de figurões em seu elenco, vem disposto a devolver a recente goleada sofrida na Arena da Baixada.
O Coritiba ainda não se encontrou depois da perda do título da Copa do Brasil. O time sente muito as ausências de Leandro Donizete e Marcos Aurélio. Para aumentar o grau de ansiedade da torcida coxa-branca, o Cruzeiro terá a estreia do técnico Joel Santana, exatamente para tentar reabilitar a equipe que se abateu com a surpreendente eliminação na Libertadores.
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