Os ingleses, conquistadores e eficientes colonizadores – as suas antigas colônias Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia mostram isso com elevado padrão de vida – estabeleceram a cultura do do­­no da terra. O chamado lord land, que os anglo-saxões herdaram da tradição romana, era o senhorio da terra por ordem do rei, ampliando-se o poder no feudalismo.

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Hoje em dia, como tudo depende do mercado, só mesmo o peso da tradição pode levar um nobre inglês a ignorar as tentações das ofertas imobiliárias.

Dito isso, exatamente para alertar Atlético e Coritiba nesta altura do equilibrado Cam­­peonato Brasileiro, já passou da hora de a dupla exercer o poder de dono da terra. Ou, por outra: só voltando a ganhar a maioria absoluta dos jogos dentro do Alto da Glória e da Arena da Baixada é que os objetivos traçados poderão ser alcançados.

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O auge do Coxa nesta temporada deu-se na estrepitosa goleada sobre o Palmeiras, porém a perda da Copa do Brasil em casa abateu diversos jogadores e colocou o técnico Marcelo Oli­­veira em posição delicada. O primeiro triunfo fora, domingo, diante do América-MG, funcionou como verdadeiro bálsamo para todos, tanto que a confiança foi readquirida e os planos de conquista voltaram a pautar o dia a dia no clube.

Os erros cometidos na derrota para o São Paulo não podem ser repetidos, sob pena de o Coritiba perder o poder de pressão sobre os adversários no Alto da Glória. E, desta feita, espera-se que Felipão venha melhor preparado do que naquela fatídica noite dos 6 a 0, quando mostrou-se atônito e completamente sem ação diante da desastrosa atuação da sua equipe.

O retorno de Leandro Doni­zete foi decisivo para a estabilidade do meio de campo coxa-branca, muito mais robusto com a recuperação técnica de Léo Gago e, sobretudo, a entrada do categorizado Tcheco.

Só falta Rafinha e Marcos Aurélio voltarem a jogar tudo o que sabem, mas com o espírito de luta e a aplicação do guerreiro Bill.

De caixa de pancadas em plena Arena da Baixada, o Atlético começou a reagir. Tanto que, mesmo sem credenciais técnicas para vencer o Santos, após ter sofrido insólita virada do Ceará, conseguiu superar o atual campeão continental jogando com muita raça e determinação.

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Renato Gaúcho tem muito a ver com a ampla recuperação moral do time atleticano. Ele se apresenta solidário com os comandados, mas, sobretudo, coerente com a atual realidade do Furacão: não dá para inventar. Por isso, as coisas se encaixaram e a equipe começou a ad­­quirir contornos de organização tática e possibilidades técnicas impensáveis durante a desastrosa passagem de Adilson Batista.

O caminho da reabilitação é árduo e longo, mas se pelo menos o time voltar a mostrar que é o dono do pedaço diante da sua inflamada torcida, ela fará a diferença nas arquibancadas, como aconteceu na arrebatadora vitória sobre o Santos.