Observamos os quatro clubes cariocas entre os primeiros colocados do campeonato. Revezam-se entre os paulistas Corinthians e São Paulo na luta pelo título e pelas vagas na Libertadores, com o detalhe de o Vasco já estar com lugar assegurado no torneio continental.

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Campeão da Copa do Brasil, o Vasco surpreende tanto quanto o Botafogo. E até mesmo a dupla Fla-Flu, que só alcançou os últimos títulos nacionais pelo benefício que tiveram da briga entre os paulistas: em 2009 o Corinthians aliviou para o Flamengo com a intenção de prejudicar o São Paulo e, em 2010, São Paulo e Palmeiras aliviaram para o Fluminense com a intenção de prejudicar o Corin­­thians. Nos dois casos as grandes vítimas foram os vices, Interna­­cio­­nal e Cruzeiro, respectivamente.

Esse renascimento do futebol carioca traz de volta antiga discussão sobre a importância de um clu­­be estruturar-se para buscar títulos. Os cariocas, como se sabe, são clubes eternos devedores, sem centros de treinamentos adequados e que dependem do Maracanã. O Vasco mantém São Januário em condições precárias há muito tempo.

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Enquanto os principais clubes paulistas, paranaenses e gaúchos procuraram ampliar a estrutura, com a construção de estádios mo­­dernos, centros de treinamentos avançados e quadros sociais ro­­bustos, os cariocas seguem a vida numa boa.

Tudo isso somado, diminuído, dividido e multiplicado, dá o que pensar, especialmente para nós que acompanhamos o esforço da dupla Atletiba em edificar o futuro com novos estádios e locais de treinamentos bem equipados, mas sem decolar dentro de campo. Nem Coritiba e muito menos Atlético lutam diretamente pelo título brasileiro. O Coxa ainda ameaçou com a possibilidade de conquista da Copa do Brasil, mas perdeu a chance em pleno Alto da Glória. Já o Furacão teve a sua última oportunidade há sete anos, quando entregou o ouro em Erexim (RS).

Claro que a Arena padrão Fifa dará impulso ao patrimônio atleticano, como o bem encaminhado Pinheirão padrão Fifa dará impulso ao patrimônio coxa-branca, mas não devemos perder de vista o estilo carioca de formar e gerenciar os times de futebol.

Macuglia

A torcida do Paraná não reagiu bem ao anúncio da contratação de Guilherme Macuglia como o técnico para tentar salvar o time nesta temporada. Certamente por questões econômicas a diretoria optou pelo singelo Macuglia, enquanto o torcedor esperava alguém de maior renome. Acontece que o ba­­rato acaba saindo caro, pois se tivesse optado por Geninho, Vadão ou outro dessa linhagem, a diretoria teria mais tranquilidade para trabalhar, já que eventuais erros de um treinador com maior envergadura seriam absorvidos pela mídia e, sobretudo, pela torcida. Com Macuglia, entretanto, ele entra nas mesmas condições de Roberto Ca­­valo, Ricardo Pinto ou Roberto Fonseca: é tudo ou nada.

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