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O campeonato alcançou a última rodada do turno apontando o Cruzeiro como campeão simbólico e poucos jogadores se destacando, diante do nível técnico sofrível. O futebol paranaense teve experiências curiosas no período: o Coritiba líder invicto nas primeiras rodadas e termina com o Atlético vice-líder.

Diversos técnicos rodaram e o padrão de arbitragem permanece baixo, além dos lamentáveis episódios de violência proporcionados por integrantes das famigeradas torcidas organizadas.

As principais estrelas foram jogadores experientes, como Seedorf, Zé Roberto, Juninho Pernambucano, Alex, Paulo Baier, demonstrando que o espaço está sendo ocupado por eles diante da escassez de melhores jogadores jovens. Um dos motivos é a venda descontrolada de jogadores, pois eles nem bem surgem e já são negociados como aconteceu, por exemplo, com a revelação Vitinho, do Botafogo.

A maioria dos bons jogadores pertence aos empresários com os clubes sendo usados para a exposição do produto recebendo migalhas em troca. Até a transação de Neymar para o Barcelona gerou uma crise entre o Santos e o grupo de investimentos que bancou a carreira do ídolo. Algumas raras estrelas, entretanto, brilharam tais como Éderson, artilheiro do Atlético e do campeonato; D’Alessandro, dínamo do Internacional; Everton Ribeiro, do Cruzeiro, mas quem chamou mais a atenção foi o gordinho Walter, goleador implacável do Goiás.

Responsável direto pela boa campanha do time, o atacante de 24 anos, 1,78 metro e 94 quilos destaca-se pelos gols e traz de volta as lembranças de alguns craques que travaram verdadeiras batalhas com a balança. Ronaldo Fenômeno é o sumo sacerdote da célebre categoria de rechonchudos e abreviou uma carreira gloriosa diante da dificuldade de perder peso. O mesmo aconteceu no passado com Ademar Pantera, do Palmeiras e com rápida passagem pelo Coritiba. Ele ficou com a nossa turma, pois sem conseguir emagrecer e muito menos jogar no Coxa, cumpriu os últimos meses do contrato jogando na famosa pelada do professor de halterofilismo Arthur de Castro, ao lado de Munir Calluf, Tonico Xavier, Isabelino, Ricardo Felthus, Cabeleira, Pizza, Pissetinho, Almir Manzochi, Chapéu, Getulinho, Adilson Cachaça, Lulu Mazza, Miltinho, Guimarães, Cai Bem, Altemir, Laxixa, Jorge "Aranha" Zadi e muitos outros.

Outro gordinho famoso foi Coutinho, infernal na área e que fazia tabelinhas geniais com Pelé, usando esparadrapo no pulso a pedido dos narradores de rádio para se diferenciar do Rei. Edu, do Santos, foi um ponteiro esquerdo iluminado com impressionante controle de bola, jogando como poucos e gordo como muitos. Geraldão, do Corinthians, lutava contra os zagueiros e contra os quilinhos a mais tanto quanto Neto, que poderia ter sido um craque, se não comesse tanto. Vida longa aos bem nutridos...

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