Quando não se consegue planejar um elenco com o potencial do São Paulo, o caminho é tentar errar o menos possível nas aquisições e contratar um ou dois jogadores que possam fazer a diferença.
O São Paulo mantém a tradição de administração segura, organização e aproveitamento dos recursos gerados.
A solução encontrada pela diretoria do Corinthians, após experimentar a dureza da Segundona, foi acertar em diversas contratações, equilibrando a equipe e trazendo Ronaldo para servir como referência nas conquistas dos dois títulos desta temporada.
E Ronaldo, contrariando diversas previsões em razão da sua forma física e excesso de peso, desequilibrou muitos jogos a favor do Corinthians.
O Palmeiras tentou o mesmo com Vágner Love, mas, além de o atacante decepcionar com suas atuações, o time não conseguiu manter o ritmo ao perder a força do conjunto com as lesões sofridas por Pierre e Cleiton Xavier e os altos e baixos de Diego Souza. Mais feliz foi o Flamengo com Adriano, atual artilheiro do campeonato, assim como Nilmar vinha fazendo a diferença no Internacional; no mesmo nível de Tardelli, no Galo, e Fred, no Fluminense.
Quem pode contar com um jogador que sabe marcar gols acaba obtendo considerável vantagem em qualquer campeonato.
Por estas e outras que a dupla Atletiba passa, invariavelmente, a maior parte do tempo às voltas com a ZR, sem sucesso em outros torneios e, mesmo no Estadual, não tem encontrado vida fácil.
Basta verificar que, se não fossem os veteranos Marcelinho Paraíba e Paulo Baier, a situação dos times seria ainda mais dramática.
Os cartolas rubro-negros e coxas-brancas andam errando demais nos últimos anos.
Fica registrado este novo alerta aos dirigentes de Atlético e Coritiba para que sejam mais ambiciosos e invistam em jogadores de maior envergadura técnica na próxima temporada.
O desenho de Dunga
Este foi o ano em que Dunga conseguiu consolidar a posição de técnico da seleção brasileira.
As vitórias alcançadas, especialmente nos clássicos com Itália, Argentina, Uruguai, Inglaterra e outros, a conquista da Copa das Confederações e a classificação antecipada para a Copa do Mundo foram decisivas para a sua aprovação.
Dunga mostrou-se coerente com os princípios estabelecidos e saiu-se bem. Resgatou a disciplina no grupo e a vontade de os jogadores vestirem a camisa canarinho, revelou alguns jogadores com espírito de seleção e definiu o esquema de jogo que servirá como ponto de partida para a conquista do hexa na África do Sul.
Nos últimos amistosos do ano, quem se deu bem foi o paranaense Nilmar, não só pelos gols, mas pela presença marcante na área e velocidade nas saídas para o ataque.
Com Luís Fabiano e Robinho definidos, só resta uma vaga que, até o momento, tem Adriano como principal candidato.
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