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Quando o hiperempresário italiano Gianni Ag­­nelli – dono da Fiat e da Juventus, de Turim, en­­tre outros empreendimentos – desembarcou em Santos, oferecendo um milhão de dólares pelo passe de Pelé, em 1960, estava tentando realizar a maior transação do futebol em todos os tempos.

Como Pelé e Santos representavam o maior sucesso futebolístico da época, o clube não aceitou a proposta e bancou sua maior estrela até o dia em que o Rei resolveu bater asas para encerrar a carreira nos Estados Unidos. Daí sim, garantindo a sua tranquila aposentadoria, mais com o que faturou como garoto-propaganda do que como atleta do Cosmos.

Agnelli não quis perder a viagem e foi ao Rio de Janeiro em busca de Garrincha, mas o Botafogo também disse não, afinal Mané representava a "Alegria do Povo".

Agora o Santos, através do presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, encontrou mecanismos para voltar a fazer história dispensando a proposta do Chelsea por Neymar.

Com apenas 18 anos o atacante terá todo o tempo do mundo para exibir a sua arte ao mesmo tempo em que vai ganhar muito dinheiro. Como também promete segurar Ganso, outra grande revelação da Vila Belmiro, ao fim e ao cabo considero a ação do moderno dirigente santista como a melhor notícia dos últimos tempos. Até que enfim alguém não foi seduzido pelo canto das sereias dos euros e dos dólares.

De meu remoto curso de Di­­reito exumo a expressão "erga omnes" – que alcança todos – para dimensionar o alcance da iniciativa do Santos como exemplo a ser seguido por todos os clubes brasileiros.

À cata de pontos

Desfalcado de Manoel, fatalmente o técnico Carpegiani terá de mexer na estrutura defensiva para o jogo com o Grêmio Prudente.

Para uma equipe de porte mé­­dio e que corre à cata de pontos para tentar ficar distante da zona de rebaixamento, quanto menos for alterado de uma partida para outra, melhor para o Atlético.

Porém, como Carpegiani queria conhecer o potencial dos jogadores, testar cada um e, afinal, compor uma formação minimamente competitiva, o time pagou o alto preço de tantos altos e baixos na temporada.

O que tem deixado a torcida em pânico é o fato de que há muitos anos o Furacão vem mudando técnicos e jogadores sem encontrar a escalação ideal que possa servir, efetivamente, como base para a temporada seguinte.

O torcedor atleticano espera que a única alteração para o jogo de hoje seja a entrada do zagueiro que substituirá Manoel, mantendo-se a unidade adquirida no segundo tempo do jogo com o Fla­­mengo.

As constantes mudanças em várias posições e as experiências táticas e técnicas apenas alimentam a teoria do "peru natalino", aquele que sempre dá voltas no mesmo lugar para morrer no dia seguinte.

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