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Chegamos a final de gala da Copa das Confederações. Trata-se do confronto entre a seleção brasileira – que luta pela recuperação do prestígio técnico perdido nos últimos anos, mas é famosa por ter sido a mais vitoriosa até agora – e a seleção espanhola, atual campeã com um estilo de jogo encantador.

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As nossas três melhores seleções de todos os tempos – 1958, 1970 e 1982 – tinham uma maneira especial de jogar, com toques de bola requintados, dribles desconcertantes, muita criatividade e, é claro, gols, muitos gols. Mas apresentavam forma diferente de arrebatar as plateias do que fazem os espanhóis com um estilo moderno de trocar passes e de chegar a meta adversária com naturalidade. As duas escolas são apreciadas, mas as diferenças são acentuadas.

Há muito tempo a Espanha deixou de ser a Fúria, pois a escola do Barcelona pratica futebol harmônico e sem atropelos. Aliás, Fúria é um apelido que surgiu nos primórdios – e como futebol também é cultura. Não custa registrar que durante muito tempo diversos povos foram vítimas e temiam o que denominavam de "fúria espanhola".

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Tudo começou com o rei Felipe II (1527/1598) um monarca tirânico e sinistro que, além das crueldades cometidas pela Inquisição nos julgamentos do Santo Ofício da igreja católica medieval, impôs o jugo espanhol nas Américas, nos Países Baixos, Bélgica e outros mais, com episódios tristemente célebres como saques as cidades, abusos cometidos pelos soldados contra a população, violações e bebês lançados pelas janelas e atravessados por espadas e lanças nascendo a expressão "fúria espanhola" e não por alguma conotação esportiva dos nossos tempos.

Hoje em dia a imprensa também se refere ao sucesso dos jovens tenistas espanhóis como a "Invencível Armada", referencia histórica a grande derrota imposta pela marinha inglesa a tentativa espanhola de invadir a Grã-Bretanha durante o reinado de Felipe II, na Espanha e da rainha Elizabeth I, na Inglaterra.

Voltemos à decisão de hoje durante a qual a Espanha tentará ratificar a condição de melhor seleção da atualidade e levar pela primeira vez o troféu em disputa. O elenco é praticamente o mesmo como resultado do trabalho a longo prazo do técnico Vicente del Bosque. Porém, mesmo a arte de craques como Xavi e Iniesta, foi atrapalhada pela elevada temperatura em Fortaleza o que pode se repetir no Rio de Janeiro.

O Brasil alcançou o objetivo que era chegar ao Maracanã para disputar a final, desafio que se repetirá daqui um ano na Copa do Mundo. Mesmo com três títulos nesta competição e jogando em casa a seleção canarinho não deve ser apontada como favorita por duas razões: o adversário é muito forte e a nossa seleção esta em formação, portanto sujeita a altos e baixos como se verificou durante o torneio. Jogão à vista.

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