O Campeonato Paranaense chega à sua fase decisiva sem empolgar o torcedor, sem possibilidades de grandes bilheterias nas finais, mesmo em se tratando do clássico Atletiba, e com a triste constatação do fracasso anunciado do modelo adotado pela Federação e pelos clubes.

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Os dirigentes não se cansam de reclamar e de criticar o formato do campeonato, recheado de partidas desinteressantes e com desastrosas consequências financeiras e técnicas, mas não apresentam soluções. Antes, pelo contrário, fazem questão de se comportar de maneira infantil na reunião do Conselho Arbitral, aceitando tudo o que é imposto pela Federação. A entidade, por sua vez, não prima pela inteligência e insiste com disputas arrastadas em vez de procurar caminhos alternativos para tentar motivar o público, que não aceita mais os estaduais diante dos apelos dos torneios nacionais, internacionais e, cada vez mais, a concorrência com os verdadeiros espetáculos mostrados pela tevê nos jogos das ligas europeias.

A fórmula menos desgastante para os estaduais é a que os cariocas aplicam, com a divisão dos clubes em grupos com dois turnos, semifinais que mexem um pouco mais com o torcedor e a decisão entre os campeões de cada turno. Mesmo assim o Campeonato Carioca também registra fracasso de público, se bem que os grandes nem sequer dispõem de bons estádios para a realização dos clássicos por causa da interdição do Engenhão e as obras no Maracanã.

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Dá para entender a impaciência dos dirigentes racionais – que infelizmente são muito poucos – com as soluções tipo "meia-boca" apresentadas pela Federação, destinadas a conter o completo esvaziamento do torneio estadual. Eles sempre procuram passar para os meios de comunicação a impressão de que estão fazendo alguma coisa para melhorar de fato as condições do grande negócio chamado futebol, que é tão mal tratado em nosso país comparativamente com a organização e a rentabilidade alcançada pelos europeus.

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EFABULATIVO: Nos bons tempos em que o futebol paranaense possuía um campeonato bem organizado, que arrastava multidões aos estádios e as equipes do interior conseguiam fazer frente aos grandes da capital, o Guarani, de Ponta Grossa, foi uma referência.

Dividia com o Operário as atenções do torcedor da cidade e disputou diversas vezes o título com formações recheadas de jogadores qualificados. Entre tantos, o avante e artilheiro Dufles marcou época. Era um santista alto, bom cabeceador e altamente técnico, quando na metade de um treino viu o meia Nivaldinho dar uma bicicleta para tirar a bola do adversário. Dufles foi saindo do campo e, dirigindo-se ao treinador João Lima, sentenciou:

– Desculpe, mas não jogo em time que o armador dá bicicleta no meio do campo...!

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