Arbitragens confusas e as malas-brancas que atormentam o futebol brasileiro são café-pequeno diante da gigantesca corrupção na Europa.
Até mesmo o polêmico lance que classificou irregularmente a França para a Copa do Mundo, no qual Thierry Henry ajeitou a bola com a mão, perdeu lugar diante do impressionante escândalo de manipulação de resultados em diversos países europeus.
O centro dos acontecimentos é a Alemanha, cuja polícia investigou o caso durante meses envolvendo outros países e cerca de 200 jogos nas mais diversas divisões e categorias. Tudo por encomenda dos apostadores, já que uma das maiores fontes de renda do futebol europeu está concentrada nas casas de apostas legais. Muitas delas chegam a patrocinar grandes times com suas marcas ou siglas estampadas em camisas famosas da Primeira Divisão nacionais e da Liga dos Campeões.
Relações promíscuas à parte, a Fifa convocou uma reunião, dois dias antes do sorteio dos grupos da Copa, para tratar do caos na arbitragem e das irregularidades no mercado de apostas.
O dinheiro corre solto com suspeita de suborno a árbitros, auxiliares, técnicos e jogadores, especialmente nas divisões inferiores, já que os profissionais dos grandes clubes não aceitam propina por receberem verdadeiras fortunas de maneira lícita.
Trata-se do maior esquema de corrupção no futebol em todos os tempos, tendo em vista a manipulação de resultados de tantos jogos nos últimos anos.
Verdadeiras quadrilhas atuaram na compra e venda de resultados ao mesmo tempo em que "entravam em campo" corrompendo apitadores e atletas na fabricação de resultados.
Diante da magnitude das denúncias e do absoluto comprometimento de centenas de pessoas envolvidas, o assunto fugiu do controle da Fifa e conquistou a atenção dos departamentos de polícia de diversos países europeus.
Trata-se de um duro golpe na credibilidade do futebol, já abalada com tantos equívocos de interpretação das arbitragens, gols irregulares e o mercantilismo desenfreado que tem desiludido milhares de apaixonados torcedores.
Enquanto os inocentes torcedores roem as unhas, sofrem e choram nas arquibancadas, os espertalhões amolecem os resultados dentro de campo.
Há pouco tempo enfrentamos esse mesmo tipo de problema no futebol brasileiro com a chamada "Máfia do Apito" e, lamentavelmente, ficou o dito pelo não dito. Ninguém foi punido e muito menos preso, apenas a imagem do futebol seguiu manchada.
Maus dirigentes, leis frouxas e profissionais imorais estão matando a galinha dos ovos de ouro.
De frustração em frustração, de desencanto em desencanto e de corrupção em corrupção, ainda chegará o dia em que o torcedor decidirá virar as costas para os gramados, deixar de comparecer aos estádios e de sofrer e vibrar pelos times por estar cansado de interpretar o papel de otário nas arquibancadas.
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