Os dramáticos acontecimentos registrados na última partida do Coritiba no Cam­­peo­­nato Brasileiro de 2009 dificilmente serão esquecidos. Depois de uma campanha irregular, mas sem correr grandes riscos, a equipe alviverde foi surpreendida na última rodada ao empatar com o Fluminense, no Alto da Glória, e ser rebaixada.

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O impacto da queda chocou a todos e descontrolou vasto grupo de torcedores que invadiu o campo e destruiu tudo o que encontrou pela frente.

O rebaixamento anterior, na temporada de 2005, não causou tantos estragos, afinal o time vinha mostrando sinais de insuficiência técnica a diversas rodadas do último jogo.

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Agora, quem está sofrendo é a torcida atleticana.

Se pelo menos conseguisse mostrar força nas partidas disputadas na Arena da Baixada, o torcedor estaria reconfortado e, em última análise, se isso acontecesse, o drama seria evitado, diante do baixo nível técnico dos concorrentes que patinam juntos no rebolo do rebaixamento. Vejo o Atlético se af­­o­­gando em uma poça d’água.

Na zona da degola desde a primeira rodada, o Furacão não revelou, em nenhum momento, planejamento e capacidade técnica para livrar-se do sufoco. Antes, pelo contrário, até agora o time tem se mostrado confuso, desorganizado e exposto à própria sorte.

Os dirigentes se sentem acuados pela situação crítica e procuram, desesperadamente, encontrar alguma forma de impedir a humilhação para um clube acostumado a figurar entre os melhores.

Há 16 anos na Série A – na principal vitrine do futebol –, o Furacão deixou para trás os sofrimentos antigos. Porém o fantasma ronda a Arena da Baixada e deixa a fiel e inflamada massa torcedora rubro-negra em polvorosa.

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Tudo porque o futebol desperta uma paixão incomum nas pessoas.

Na semana passada visitei Buenos Aires que, apesar da brutal queda no padrão de vida dos argentinos, vítimas do populismo dos políticos e dos maus governantes, continua linda, com suas largas avenidas, edifícios clássicos, parques e, é claro, a música, o vinho e o churrasco inesquecíveis.

Gostaria de registrar que o fracasso do River Plate – dono da segunda maior torcida do país – provocou verdadeira comoção nacional. Entretanto, o clube deu a volta por cima, é líder do campeonato da Série B e os seus torcedores desfilam, garbosamente, vestindo a camisa com patrocínio da nossa Petrobras. Futebol é momento e os resultados favoráveis fazem o torcedor superar todo tipo de trauma.

Compreendo o drama dos atleticanos e me associo a eles na esperança de que o time encontre força e energia para sair do buraco em que se enfiou.

Mas é importante lembrar, principalmente aos jovens que não viveram os percalços do passado, que tudo na vida é passageiro. Tanto os bons quanto os maus momentos e, como se sabe, futebol é momento.

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