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Recebi diversas manifestações de torcedores da dupla Atletiba indignados com o comportamento dos times na rodada passada. Alguns criticaram a atuação dos técnicos, que, segundo eles, substituíram de forma erra­­da, mas a maioria mostrou-se mesmo desapontada com a atitude dos jogadores.

No caso do Coritiba, todos reco­­nheceram o excelente primeiro tempo, quando a equipe fez o gol que assegurou a vitória e não ampliou o escore pela eficiência do goleiro Viáfara. O segundo tempo, porém, foi lamentável. Quanto mais o técnico Ney Franco mexia no formato do time, pior ficava.

Como os três pontos foram conquistados tudo acabou em paz e tranquilidade, mas os triunfos de Santo André, Flu­­minense, Náutico e Botafogo viraram a cabeça do torcedor.

No lado do Atlético o sentimento é de que o time perdeu, há algum tempo, o perfil de vencedor. Os jogadores aceitam naturalmente as vaias na Arena da Baixada e quando percebem que não vai dar para ganhar fora, ficam rezando para o tempo passar sem o risco de sofrer uma goleada. O Furacão deu lu­­gar a um grupo inexperiente com acentuada limitação técnica.

Engraçado é ouvir as declarações, ou surrados clichês, após as partidas: "Faltou calma na hora de finalizar", "Eles fizeram o gol na única chance que tiveram", "O calor atrapalhou o nosso ti­­me", "Jogamos bem, mas a bola não quis entrar", "Falhamos na bola parada, mas tivemos maior volume de jogo" e por aí vai se es­gotando a paciência dos torcedo­res coxas e atleticanos em mais um ano de insucessos e lamentações.

A dupla ainda mantém gordurinha de pontos na classificação, mas qualquer descuido poderá ser fatal.

Falta densidade

Em quase todos os campeonatos brasileiros disputados por pontos corridos o campeão foi o time que apresentou melhor futebol ou, ao menos, quando exigido soube se comportar como candidato ao título. Desta feita, entretanto, pelo baixo padrão técnico de todos os competidores, diversos times alimentam o sonho do título, entretanto nenhum apresenta credenciais técnicas que permitam apontá-lo como favorito.

Nem mesmo os líderes Pal­­mei­­ras e São Paulo conseguem convencer. Falta densidade técnica aos dois times que mais ganharam pon­­tos até o momento. Ambos con­­tam com excelentes goleiros, defesas inseguras, sistemas de armação irregulares e ataques que alternam bons e maus momentos. O que tem decidido é a individualidade e, sobretudo, os tiros livres diretos que a tigrada do futebol chama de bola parada.

Trocando em miúdos, o campeonato será decidido nos detalhes e na capacidade individual dos raros jogadores que ainda conseguem desequilibrar a favor da sua equipe.

Não importa quem venha a ser o campeão, mas todos estão com certeza de que ele terá de reforçar-se bastante se quiser evitar um vexame na Taça Liber­­tadores da América.

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