O futebol brasileiro atravessa a fase técnica mais pobre da sua história, ao ponto de a seleção nacional encontrar-se em 22.º lugar no ranking da Fifa. É a pior colocação desde que a federação internacional instituiu a lista.
Para aumentar o grau de preocupação, a lenta transição entre gerações de bons jogadores está acontecendo exatamente no período em que o país será sede da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. Não contamos mais com craques do calibre de Romário, Ronaldo, Rivaldo e outros que ajudaram a seleção na conquista dos dois últimos títulos mundiais.
Os remanescentes são Ronaldinho Gaúcho e Kaká que, lamentavelmente, não foram bem nas oportunidades recebidas em amistosos recentes. Kaká é reserva no Real Madrid e parece ter perdido a explosão que o distinguia como excelente ponta de lança no Milan; e Ronaldinho Gaúcho só consegue jogar bem pelo Atlético-MG, aproveitando a fragilidade defensiva da maioria dos adversários.
As primeiras rodadas do Brasileiro evidenciaram a irregularidade da totalidade dos times e nem mesmo o Atlético-MG, único representante ainda vivo nesta edição da Libertadores, tem conseguido realizar campanha satisfatória.
Faltam melhores jogadores para a reposição de peças nas equipes e nem mesmo aquelas que dispõem de largos recursos financeiros conseguem acertar nas contratações, surgindo o São Paulo como exemplo mais reluzente diante dos investimentos realizados em Ganso, Luís Fabiano, Lúcio e outros que negaram fogo em todas as competições e continuam deixando a desejar. Vai sobrar para o técnico Ney Franco, como sempre acontece com os cartolas do futebol brasileiro, que não assumem os erros e muito menos admitem que gastam mal o dinheiro dos clubes.
No caso local, o Coritiba continua sendo a melhor equipe, se bem que com atuações estranhas, alternando ritmos dentro de uma mesma partida. O time dirigido por Marquinhos Santos não consegue ser linear, rendendo o mesmo do primeiro ao último minuto de cada jogo. Na maioria das vezes passa a impressão de que os jogadores se desligam no segundo tempo e demoram a reencontrar os procedimentos estabelecidos pelo treinador.
O Atlético surpreende pela intensidade, procurando sempre o gol, superando deficiências com entusiasmo contagiante: não merecia perder para o time reserva do Fluminense e muito menos empatar com Cruzeiro e Flamengo, mas a sua defesa errou demais nessas partidas. Voltou a errar com falhas gritantes nos gols da Ponte Preta, com direito a frango do goleiro Wéverton, mas Paulo Baier comandou a rapaziada, consolidando o primeiro triunfo no campeonato.
O Paraná realiza campanha dentro de suas possibilidades e não adianta iludir o torcedor, pois o clube teria de vender uma sede por ano para formar grande elenco e manter as contas em dia.