Pelé completou 70 anos de idade e a mídia dedicou-se com esmero para homenageá-lo com dignidade.

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O programa especial da ESPN foi o melhor produzido pela televisão, dividido em capítulos e apresentados durante as últimas semanas. Pesquisa bem feita, boas reportagens e acabamento de primeira com imagens que recontaram a conhecida história do melhor jogador de futebol de todos os tempos.

Pelé merece todas as homenagens não só pela sua arte inigualável, mas pelas alegrias proporcionadas ao povo brasileiro e aos amantes do futebol em geral.

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Teve uma longa e fulgurante carreira na ribalta dos estádios, mas na vida privada sofreu alguns percalços próprios dos simples mortais. Faliu como comerciante, foi roubado pelo sócio em outro empreendimento e só conseguiu conquistar a independência financeira quando trocou o Santos pelo Cosmos de Nova York. Ganhou mais dinheiro nos três anos em que jogou nos Estados Unidos do que no tempo inteiro em que defendeu o Santos e a seleção brasileira. E continua faturando como embaixador do futebol e requisitado garoto-propaganda dos mais diversos produtos e serviços.

Na linha de fracassos, pode ser incluída a tentativa de tornar-se cantor e astro de cinema. Não emplacou nem dedilhando o violão e muito menos nas telas. Se bem que dificilmente filme sobre esporte funciona como sucesso de bilheteria. Dizem os especialistas que o esporte atrai o publico masculino, mas não o feminino. No lançamento mundial Fuga para a Vitória faltou sintonia entre o deficiente ator Pelé e o perna de pau Sylvester Stallone.

O fato é que de todos os esportes apenas um é extremamente cinematográfico: o boxe. Isso explica porque houve tantos filmes de sucesso sobre o assunto – de Humphrey Bogart até Robert de Niro -, pois tem os elementos de ação, drama e violência que o publico gosta.

Pelé Eterno, o filme que mostra a genialidade do craque, é simplesmente maravilhoso, mas também fracassou nas bilheterias porque as mulheres se recusavam a acompanhar os maridos ou namorados.

Na documentação impressa de loas ao Rei do futebol existe vasto material, mas nada se aproxima do livro que teve apenas 2.500 exemplares no mundo inteiro. Trata-se da mais cara e luxuosa obra que custa R$ 16 mil, com 700 páginas, diversos depoimentos e um par de luvas para ser usado pelo leitor.

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A obra Pelé foi publicada na Inglaterra com tiragem limitada e virou peça rara de colecionadores depois de ter sido lançada em 2004 na Harrods, a mais famosa loja de departamentos de Londres.

Existe um exemplar em Curi­­tiba e pertence ao advogado Mar­­cos Malucelli, atual presidente do Atlético. Pessoa sensível, fã de Pelé e apaixonado por futebol, Marcos tem o maior prazer em exibi-lo aos amigos. Tive o privilégio de folhear o livro, absolutamente tocante sob todos os aspectos.