O futebol paranaense con­­tinua nos proporcionando cenas deprimentes, às quais nos remetem a conclusão de que vivemos num mundo à parte. Ou num mundinho agitado onde o "faz de conta" dos dirigentes mexe com os torcedores mais apaixonados e até mesmo com os seus sentimentos mais profundos.

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Pessoalmente, em razão do artigo de domingo – "Pobreza de espírito" – fui criticado por alguns torcedores do Coritiba, para os quais agi de má-fé, com segundas intenções ou parcialidade. Lamento profundamente que após tantos anos de trabalho, com inúmeras demonstrações de independência, imparcialidade e respeito por todos, ainda existam pessoas que duvidem da minha integridade ética e moral.

Nos milhares de louvores e referências que fiz ao Coritiba através de quase meio século de atuação, raras vezes recebi cumprimentos ou agradecimentos. O último, aliás, foi do presidente Vilson Ribeiro de Andrade pelo tratamento que dispensei à ótima performance do Coxa no primeiro semestre do ano passado.

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Nesta altura da vida e após tantas experiências profissionais, dispenso os elogios e revelo tristeza com a visão equivocada que alguns a meu respeito.

Esse episódio do aluguel do Estádio Couto Pereira para o Atlé­­tico encheu o meu álbum de mediocridades do futebol lo­­cal que, nessas circunstâncias, permanecerá na segunda linha do cenário nacional e sem despertar o reconhecimento da grande mídia do ei­­xo-Rio-São Paulo.

Não vou entrar no mérito da discussão, até porque se as partes interessadas tivessem agido com racionalidade a notícia não mereceria mais do que uma nota no pé da página.

Mas não: o mundinho agitou-se com um fato menor que provocou farpas, mobilizações e, sobretudo, uma oportunidade para infelizes destilarem os seus ódios de maneira desproporcional.

Com um "blend" de primitivismo e fanatismo exacerbado, o futebol paranaense insiste em continuar pequeno, distante do principal que é, exclusivamente, a formação de grandes times, pois a única verdade do futebol é a vitória e, em termos nacionais, os nossos clubes patinam e não decolam. Eles chegaram a surpreender e até mesmo arrebatar, em poucas ocasiões, mas logo retrocederam, encolheram e voltaram para o mundinho do "diz-que-me-diz".

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Com o Paraná na Série B, com a maioria dos representantes do interior revelando dificuldades para a formação de boas equipes, restou a dupla Atletiba para tentar salvar o Campeonato Es­­ta­­dual.

No que interessa mesmo, o panorama é desolador, pois o Coritiba contratou jogadores de nível técnico que asseguram o seu favoritismo para a conquista do tricampeonato, porém sem ilusões para voos mais ou­­sados nas competições de maior envergadura e o Atlético ainda não se movimentou para dotar seu time de recursos técnicos compatíveis com as responsabilidades assumidas perante o tor­­cedor.