Se aquele turista inglês do Nelson Rodrigues, que desembarcou do navio na Praça Mauá, foi ao Maracanã em dia de Fla-Flu, anotou tudo no caderninho e mesmo assim ficou com muitas dúvidas sobre o país, voltasse e tentasse entender o Campeonato Brasileiro que se inicia, concordaria com o maestro Tom Jobim: o Brasil não é para principiantes.
Começa pela galeria dos campeões nacionais, pois ao mesmo tempo em que a CBF equiparou os títulos da Taça Brasil e do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1959 a 1970 com o título brasileiro, o STJD oficializou o Sport como único campeão de 1987, ignorando a conquista da Copa União equivalente a uma Primeira Divisão disfarçada naquele ano pelo Flamengo. Tem mais: o Palmeiras foi duplamente contemplado, ganhando duas estrelas em 1967 por ter sido campeão no mesmo ano da Taça Brasil e do famoso Robertão. E por aí vai até chegarmos ao rebaixamento da Portuguesa no ano passado por ter escalado um jogador irregular na última rodada, salvando o Fluminense que havia sido rebaixado dentro do campo. Até o momento em que escrevo este artigo, o Figueirense não perdeu a vaga para o Icasa, a Lusa obteve uma nova liminar na Justiça comum que a mantém na Série A.
Em meio a essas confusões históricas a maior novidade é o uso das novas arenas que representam, efetivamente, o principal legado da Copa do Mundo. Custaram um dinheirão, mas estão aí à disposição do público. À disposição em termos, porque o Itaquerão ainda não ficou pronto e a Arena da Baixada não pode ser usada, primeiro, porque está em fase de acabamento; segundo, porque o Atlético terá de cumprir pena jogando algumas partidas fora de casa e outras com os portões fechados.
Início desanimador para a torcida atleticana que vibrou na última temporada como finalista na Copa do Brasil, terceiro colocado no Brasileirão, com Éderson fazendo 21 gols e consagrando-se o maior artilheiro e Marcelo sendo eleito como a revelação do campeonato. Os erros cometidos na escolha do treinador e nas contratações de reforços que não aprovaram para a Libertadores foram depositados na conta de Adriano, o mais novo inimigo público número 1 da diretoria atleticana. Mas as dispensas continuam e o time titular segue indefinido.
O Coritiba dominou amplamente o Cene-MS, segue em frente na Copa do Brasil e poderia ter construído placar mais elevado não fosse a imperícia dos atacantes. Celso Roth começa a moldar a equipe dentro da sua concepção tática e, amanhã, joga com a Chapecoense. Claudinei Oliveira foi trocado por Drubscky e, pelo retrospecto, o Paraná pode ter levado a melhor sobre o Goiás, mas é bom conferir a partir de hoje, na sua estreia na Série B diante ao Sampaio Corrêa, porque alguns jogadores foram embora, enfraquecendo o elenco tricolor.
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