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Antigamente era apenas o torcedor brasileiro que julgava emocionalmente a seleção, levando os craques do inferno ao céu, e vice-versa, na mesma velocidade, dependendo do resultado.

Hoje em dia alguns setores da crônica, especialmente da mídia eletrônica, de olho no índice de audiência, procuram evitar a crítica nas derrotas enquanto elevam à categoria de deuses aqueles que brilham nas vitórias. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

A nova seleção de Mano Menezes está apenas começando uma nova etapa, com considerável atraso, para os Jogos Olímpicos de Londres e não se deve afirmar nem que o trabalho é bom, nem fazer da má apresentação de ontem terra arrasada.

Antes, em vez de vestir a camisa do Pacheco, aquele torcedor símbolo de Copas passadas, os analistas deveriam ser mais criteriosos em suas avaliações para não igualar com a paixão do torcedor e, sobretudo, deixar de pagar micos históricos como Ronaldinho Gaucho, por exemplo.

Ele foi comparado a Pelé por considerável parte da crônica nas vésperas da Copa de 2006 e revelou-se retumbante fracasso, dando início ao fim melancólico de sua carreira – a qual se arrasta nas últimas temporadas com atuações pífias e bem distantes do rendimento alcançado quando surgiu na seleção –, consagrou-se no Barcelona e foi eleito o melhor jogador do mundo.

Da mesma forma que alguns apressadinhos fizeram loas ao jovem Oscar após dois amistosos sem nenhuma importância, apontando-o como a solução para a meia de ligação – teve gente que chegou a colocá-lo no mesmo patamar de Rivaldo e até mesmo como futuro dono da camisa 10 brilhantemente vestida por Pelé, Rivelino e Zico, mas nem tanto por Silas, Valdo, Raí, Ronaldinho Gaúcho ou Kaká.

É melhor ir devagar com o andor porque todos os novos santos são de barro e podem quebrar.

Neymar é outro que tem merecido os elogios quando consegue fugir da marcação e encontra espaço para jogar. Porém, já se pode observar que ele ainda precisa percorrer longo caminho para se aproximar daqueles gênios que conseguiam desequilibrar em qualquer circunstância, como Garrincha, Pelé, Tostão, Zico, Romário ou Ronaldo.

Neymar concentra respeitável gama de virtudes e talentos, tem sido decisivo para o Santos, porém, quando se trata de defender a seleção, a conversa é outra.

O grau de exigência é maior, os adversários de melhor envergadura técnica igualam-se aos brasileiros e, obviamente, marcam Neymar com cuidados especiais, reduzindo a sua área de atuação e, como aconteceu por parte do México, até apelando para a violência. Aliás, de tão fraco, o árbitro de ontem parece no ponto para apitar no Campeonato Paranaense.

Alexandre Pato é outro que precisa reencontrar o estilo de jogo, perdido desde que se transferiu para o futebol europeu. Enfim, a seleção terá de amadurecer para voltar a merecer a confiança do torcedor.

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