Billy Wilder, judeu austríaco que se mandou para os Es­­tados Unidos quando Hi­­tler começou fazer loucuras na Europa, foi um genial roteirista e diretor de cinema em Holly­­wood. O ex-jornalista em Viena foi mestre de todos os gêneros do cinema e fez a melhor co­­média de to­­dos os tempos: Quanto mais quente, melhor com Marilyn Monroe, Jack Lemon e Tony Cur­­tis, entre ou­­tros.

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A dupla Lemon e Curtis se veste de mulher para fugir dos gangsteres de Chicago e entra numa banda só de mulheres que excursiona pelo país. No final, uma cena antológica com Jack Lemon, travestido, e Joe E. Brown – aqui no Brasil conhecido como Boca Larga –, no papel de um velho e assanhado milionário que se apaixonou.

Trava-se o seguinte diálogo: Jack – Não podemos nos casar; Joe – Por que não ?; Jack – Porque eu não sou uma loira natural; Joe – Isso não tem importância; Jack – Eu fumo muito; Joe – Eu não me importo; Jack – Eu vivo com um saxofonista há três anos; Joe – Tudo bem, eu te perdôo; Jack – Eu não posso lhe dar filhos; Joe – Nós podemos adotar um. É nesse mo­­mento que Jack Lemon desiste, tira a peruca e fala: Eu sou um homem. Joe E. Brown, nem um pouco chocado, exclama: Ninguém é perfeito.

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Como ninguém é realmente per­­feito, devemos aproveitar o espírito natalino que começa a nos envolver nesta época do ano e tratar de entender as fraquezas hu­­manas.

Dentro dessa linha de raciocínio devemos perdoar os imperfeitos árbitros, os maus bandeirinhas, os técnicos que fizeram burradas, os goleiros frangueiros, os beques furões, os meias que não conseguem armar o ataque e os atacantes que perdem gols incríveis. Sem esquecer, é claro, dos dirigentes que se equivocam nas contratações e continuam errando e dos cronistas, também imperfeitos, muitas vezes duros em suas analises e avaliações. Portanto, vamos en­­cerrar o ano em alto astral.

Despedida

Depois de ter perdido o título estadual e cumprindo má campanha no início do Campeonato Bra­­si­­leiro o Atlético recompôs o elenco e conseguiu recuperar o terreno per­­dido aproximando-se das primeiras posições. A trajetória atleticana só não foi melhor sucedida pela absoluta inoperância do seu ataque que, apesar do esforço dos outros setores da equipe, chega a ultima rodada com o saldo negativo de três gols.

Não será preciso a diretoria promover apurado exame para descobrir aquilo que o torcedor esta careca de saber: o Furacão precisa de um ataque inteiramente novo. Guerrón salvou-se pela luta, mas revelou carências técnicas, especialmente no fundamento da finalização.

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Mas o saldo da temporada foi positivo para o Atlético na medida em que teve a Arena da Baixada con­­firmada para a Copa do Mun­­do, ganhou vaga na Sul-Americana e disparou na pesquisa, desta Ga­­zeta do Povo, como a maior torcida entre os times paranaenses.