Volta e meia lemos relações das maiores em­­presas ou das marcas mais valiosas. E, também, a lista das pessoas mais ricas do planeta.

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Tudo é negócio e quanto mais destacado for o nome ou a marca, maior valor terá no mercado. Isso também ocorre com os lançamentos imobiliários que chegam a mudar o nome de um bairro tradicional para chamar a atenção do público alvo.

As empresas imobiliárias detectam que muitos consumidores são sensíveis ao nome do lugar onde pretendem morar ou investir. Por isso, o velho e bom Bigorrilho está se curvando ao nome de Champagnat e o tradicional Cotolengo ao apelido de Ecoville.

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A última novidade, por conta do comércio e do descolamento do local, é a transformação da­­quele cantinho da Praça Espa­­nha em Batel Soho. Certamente a tentativa de mudança vem nas asas do Palermo Soho, que é um pedacinho do central bairro de Palermo, em Buenos Aires.

Soho, para quem não sabe, é a abreviatura de "Small Office Home Office", via de regra lugares que misturam moradias com escritórios, bares e restaurantes. Tanto em Londres quanto em Nova York, Soho é sinônimo de bairro moderno e vibrante. Mas sem a vista para o mar do SoBe como é conhecida South Beach a praia mais badalada de Miami.

Essa questão de nomes novos surgiu quando resolvi escrever alguma coisa sobre a atual situação do Paraná Clube. Escrevi um livro sobre as diversas fusões e mudanças de nomes que deram origem ao Colorado, ao Pinheiros e, finalmente, ao Paraná.

Foi uma pesquisa profunda na qual viajei em torno de no­­mes hoje em dia esquecidos pe­­lo tempo como Britânia, Sa­­vóia, Palestra, Água Verde e Fer­­ro­­viá­­rio. Aí está a chave do que deu errado, primeiro para o Co­­lo­­rado e, agora, para o Para­­ná. O nome Ferroviário era muito forte e deveria ter sido preservado na união que deu origem ao Co­­lorado.

Ferroviário contava com a história e a tradição de um time campeão, com ídolos, craques e profundas raízes populares em contraste com a elite atleticana do Cartola e a burguesia do Co­­xa.

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Colorado não dizia nada e sempre esteve longe de atender aos sonhos do torcedor "boca-negra", apelido dos aficionados ferroviários que lotavam a Vila Capanema.

No futebol a tradição pesa e exatamente por isso o Paraná sofreu evidente processo de esvaziamento quando se tornou time competitivo provocando a debandada de milhares de associados do clube que torciam por Atlético e Coritiba. Somada a algumas desastrosas gestões e à crise que alcançou os clubes nos últimos anos, o Paraná teve re­­duzido o quadro social e perdeu o rumo na administração do futebol profissional.