O futebol sempre viveu em torno dos grandes ídolos e ninguém conseguiu superar Pelé. Houve tentativas de apontar Di Stefano, Puskas, Eusébio e mesmo Garrincha como superiores a ele. Não foram. Como também não conseguiram ser Cruyff, Platini, Zico, Matthäus, Baggio, Van Basten, Romário, Zidane, Ronaldo e mesmo Maradona. Ninguém conseguirá superá-lo como atleta, como jogador e muito menos como goleador. Basta verificar os títulos conquistados por Pelé, pelo Santos e pela seleção brasileira, além dos mais de mil e duzentos gols marcados.
Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar são os atuais candidatos a sucessores da coroa de Pelé. Terão de jogar muita bola, marcar muitos gols e ganhar tantos campeonatos quanto o Rei do futebol.
Messi é o melhor dos três e tem tempo para acumular o mesmo número de títulos, mas sabe que a missão é espinhosa. Cristiano Ronaldo tem sido ofuscado por Messi e Neymar ainda não decolou como astro internacional. Neymar é uma realidade, como ficou comprovado nas últimas temporadas de sucesso do Santos, apesar de não ter sido campeão brasileiro e nem do Mundial de clubes. Limitou-se a uma Copa do Brasil, três campeonatos paulistas e uma Libertadores, além dos fracassos na Copa América e Olimpíada pela seleção. As comparações são inevitáveis e os mesmos apressadinhos que colocaram Ronaldinho Gaúcho e mesmo Robinho em patamar acima da realidade trataram de eleger Neymar o novo Pelé. O enigma da Joia persiste.
Pelé e os demais craques que já encerraram a carreira firmaram conceitos e lendas imutáveis. Messi está no meio do caminho, um caminho realmente esplendoroso. E Neymar ainda não passou do início e temos de considerar a precocidade das comparações. É por causa do drible, mais do que por qualquer outra virtude, que os europeus estão de olho na Joia santista e a tendência é que esse olhar se torne cada vez mais ganancioso.
O Barcelona saiu na frente e apresentou a primeira proposta para levar o jovem craque, porém os dirigentes querem mais. Chegam a pensar até em mantê-lo por mais um ano mesmo sabendo que não receberão nada no final. Tolice. Neymar quer jogar no Barcelona e já percebeu que o Santos ficou pequeno para o seu talento, um talento que, ao contrário de Pelé, que lotava o Maracanã e todos os estádios pelos quais passou, não sensibilizou a Rede Globo na transmissão do jogo de anteontem com o Joinville para a capital paulista e região metropolitana, preferindo exibir o filme de aventura Encontro Explosivo, com Tom Cruise e Cameron Diaz. Sem esquecer que apenas 4 mil pessoas se dispuseram a acompanhar a partida, ao vivo, na Vila Belmiro.
São dados que servem para reforçar a minha convicção de que nenhum outro jogador jamais conseguirá superar a arte elaborada e a mística alcançada pela genialidade de Pelé.
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